Entrevista a Sofia Martins, actual vereadora e cabeça-de-lista à Câmara Municipal do Barreiro

Disponibilidade para crescer e ir mais longe no Barreiro

PROGRESSO O Barreiro tornou-se multicultural, desenvolvido e aberto ao futuro. Para a CDU, a maior riqueza deste concelho são as pessoas e o que elas criam.

A população reconhece o nosso trabalho

Image 23372

Quem é Sofia Martins? Fala-nos um pouco do teu percurso pessoal e político.

Cresci no Barreiro ao longo dos meus 43 anos, conheço bem a sua vida, as suas dinâmicas, a cultura das suas gentes. Foi aqui que brinquei, que fui à escola até à faculdade, que namorei, que casei, que escolhi criar os meus dois filhos. Participo desde sempre na sua vida cultural e associativa. Nos movimentos estudantis ou como dirigente do Cineclube do Barreiro.

Sou militante do PCP desde 1992, tendo participado também activamente na JCP.

Em 1993 fui eleita pela primeira vez para a Assembleia Municipal (AM) onde estive oito anos, interrompidos em 2001 pela doença da minha mãe. Em 2005 integrei o executivo da Câmara Municipal do Barreiro na equipa liderada pelo Carlos Humberto Carvalho, assumindo, a partir 2009, a vice-presidência.

Sou uma pessoa comum que tem tentado sempre, com muito empenho, envolver-se na construção do futuro da sua comunidade.

 

Esta tarefa que te colocaram foi mais fácil de aceitar tendo em conta o processo de continuidade do projecto da CDU para o concelho?

Conheço muito bem o diagnóstico dos problemas e as soluções, mas também todas as virtudes do nosso território e os passos que teremos de dar para projectá-las no futuro. Mas, e isso é talvez o mais importante, adquiri a capacidade de reconhecer que não há processos encerrados e diagnósticos absolutos. Que é necessário reflectir permanentemente sobre cada tema, com uma imensa disponibilidade para crescer e ir mais longe.

 

Continuar a trabalhar com Carlos Humberto, agora cabeça de lista à Assembleia Municipal, dá-te mais confiança?

Claro que sim. O Carlos, pela sua experiência, conhecimento e sensatez, continuará a dar um importante contributo no processo de desenvolvimento do Barreiro. A sua candidatura para a AM permite que continue a trabalhar activamente neste projecto, representando uma mais-valia para a vida do nosso concelho.

 

Que ambiente se vive em torno da CDU?

Muito positivo! A população reconhece o nosso trabalho. Reconhecem a nossa capacidade de construir com todos, o nosso envolvimento nas questões estratégicas e nos problemas do dia-a-dia. Reconhecem o nosso trabalho nas áreas sociais e nos serviços públicos. Reconhecem que somos quem está em melhores condições de representar o Barreiro.

 

Nos últimos meses, tens realizado um contacto muito próximo com as pessoas, trabalhadores, instituições, movimento associativo, comerciantes, comunidade educativa, etc. Esta é uma forma de trabalho que vais manter?

As pessoas têm um lugar central no nosso projecto. É relevante saber ouvi-las, saber estar próximo delas. Mais importante, é preciso estar disponível para ser influenciado por elas. Por isso o construir lugares de participação efectiva de todos, para discutir os projectos estratégicos, mas também para discutir questões mais simples do quotidiano do município, é um dos nossos objectivos principais. Para isso existem ferramentas essenciais a reforçar, como a informação e a comunicação, que postas ao serviço dos cidadãos podem contribuir em muito para fortalecer a participação das populações. Bem como a abertura e aproximação dos serviços municipais, estando mais presentes no dia-a-dia das pessoas e tendo-as sempre presentes na sua actividade.

 

Que problemas e sugestões te colocaram, por exemplo, os trabalhadores da autarquia?

Tenho, em virtude do meu trabalho nestes anos, um relacionamento de grande proximidade com os trabalhadores e reconheço que existem insuficiências de meios que ainda carecem de ser colmatadas, mas os problemas maiores são claramente o envelhecimento da estrutura, principalmente no sector mais operacional, e a desvalorização profissional dos trabalhadores. E muito embora tenhamos um papel reivindicativo junto da tutela, estas matérias têm de ser resolvidas com medidas estruturais por parte do Governo.

A ausência de contratação durante anos, por restrições no Orçamento do Estado, e as dificuldades de contratação pelos baixos salários praticados nas carreiras operacionais, têm conduzido a um aumento da idade média dos trabalhadores da autarquia ou em alguns casos a concursos para recrutamento quase vazios, o que nos cria muitas dificuldades na resposta dos serviços, assim como a desvalorização das carreiras profissionais, que tem trazido um quadro de profunda injustiça para todos os trabalhadores.

 

Num balanço ao actual mandato, que obras e acções merecem ser destacadas?

Não tendo espaço para valorizar tudo, opto por realçar o trabalho de grande profundidade nas questões do património. Graças à situação financeira mais estável do município, foi possível adquirir a Quinta do Braamcamp e o moinho de maré grande e a sua caldeira. Isto abrirá portas a uma valorização deste património, ímpar na região metropolitana de Lisboa. Mas falo também da classificação de Alburrica como sítio de interesse municipal, nos passos dados para a classificação do património industrial e ferroviário ou na criação do espaço memória. São passos seguros que nos ajudarão no futuro a trabalhar o património como uma expressão maior da identidade do nosso concelho.

Mas podia falar do investimento significativo no saneamento, que tem sido um dos maiores contributos para o usufruto dos nossos rios, Tejo e Coina. Ou do investimento igualmente significativo no parque escolar, contributo para uma escola pública de qualidade.

Não posso deixar de ressaltar o investimento que aprovámos recentemente no valor de 18 milhões para renovação total da nossa frota de autocarros. Mesmo com dificuldades, o Barreiro continua a ser o concelho do País onde o transporte público é mais utilizado do que o transporte particular. Os Transportes Colectivos do Barreiro são uma marca da nossa terra.

 

Como foi sentido, no Barreiro, o ataque ao Poder Local perpetrado por sucessivos governos?

No Barreiro existe uma relação forte, que advém ainda das comissões de moradores, entre as comunidades e os seus territórios. E essas comunidades sentem que a sua participação na vida do concelho ficou dificultada com a reforma administrativa do território. E mais do que a gestão do dia-a-dia, que não é a mesma certamente com uma área territorial maior, a maior perda é o afastamento e a perda de influência das populações nos órgãos do Poder Local.

 

O que é preciso fazer para que o concelho do Barreiro volte a ser um pólo de actividade económica e industrial?

A autarquia, na sua intervenção, tomará todas as medidas que facilitem e ajudem a implantar actividades económicas que reforcem o emprego.

Esse é um caminho que temos feito ao longo destes anos e que vamos reforçar no futuro. Mas não nos enganemos, para que haja um investimento capaz de alavancar o desenvolvimento económico do Barreiro e da região são necessários investimentos potenciadores por parte do Governo, como o reforço da actividade ferroviária, a Terceira Travessia do Tejo, a ponte Barreiro/Seixal, o Novo Aeroporto de Lisboa ou a ligação ferroviária de Lisboa à Europa com o seu pólo de manutenção no Barreiro. O terminal multimodal, construído de forma integrada com a cidade será também uma alavanca importante para o desenvolvimento de actividade económica nos territórios da ex-Cuf/Quimigal.

Para podermos ir mais longe, o nosso caminho tem de ser de diálogo permanente com os decisores nacionais, tendo como premissa a defesa intransigente das populações.

 

Que outras áreas e projectos merecerão maior atenção no próximo mandato?

As áreas da cultura e desporto são necessariamente uma aposta, pelo seu papel na vida das pessoas. De igual modo, o investimento nos serviços públicos, muitas vezes invisível, tem uma relevância na qualidade de vida das pessoas.

As matérias da regeneração urbana, da requalificação das frentes ribeirinhas ou da mobilidade serão aspectos determinantes no nosso trabalho futuro.

 



Mais artigos de: Em Foco

CDU é o motor do desenvolvimento da Península de Setúbal

As populações dos concelhos da Península de Setúbal sabem, por experiência, que a presença da Coligação PCP-PEV na gestão autárquica é sinónimo de um Poder Local Democrático ao serviço das populações, capaz de assegurar o desenvolvimento e a melhoria das suas condições de vida. Por isso é tão importante o reforço da CDU no próximo 1 de Outubro, elemento determinante para dar continuidade e mais expressão e força à defesa dos direitos das populações, à solução dos problemas e à promoção do progresso local.


CDU quer afirmar a marca «Alcochete»

ESTRATÉGIA Os objectivos da CDU estão definidos no plano estratégico «Alcochete 2030», recentemente aprovado, que traça a visão da Coligação PCP-PEV para o concelho a médio/longo prazo.

Ao serviço da população

Estou absoluta e plenamente disponível para, integrado na Coligação Democrática Unitária e com espírito de missão, continuar a servir o nosso concelho e as nossas populações, assumindo a minha candidatura a presidente da Assembleia Municipal. Com...

Mudança necessária para o Montijo

Em Montijo, cresce a convergência no diagnóstico sobre um concelho parado, num ciclo com 20 anos que se arrasta e nos arrasta colectivamente. Cresce, também, a convicção de que só a convergência de votação na CDU garantirá a...

Almada faz um caminho de sucesso com a CDU

PROGRESSO O projecto da CDU, que colocou Almada nas posições mais altas em diversos índices da responsabilidade do poder local, é o que está em melhores condições para responder aos desafios do futuro. Esta é a convicção de Joaquim Judas, presidente da Câmara Municipal e novamente candidato pela coligação PCP-PEV.

«Palmela Conquista» com o projecto da CDU

Em Palmela, concluímos este ciclo com a convicção de dever cumprido: os indicadores são bastante positivos, quer ao nível da concretização dos investimentos, quer no que respeita aos resultados financeiros, e não temos dívidas a...

Resolver os problemas concretos da população

Encaramos a gestão do Poder Local pela CDU como um importante contributo para a resolução dos problemas concretos da população, para o desenvolvimento do concelho e freguesias, para ajudar na valorização das nossas concepções políticas...

Continuar a construir um futuro melhor para a Moita

Num balanço muito curto do mandato que está a chegar ao fim, a mais importante conclusão é a de que podemos afirmar que cumprimos os compromissos assumidos com os eleitores. Nestes quatro anos diminuímos o IMI e não fizemos nenhum aumento das taxas...

Vale a pena viver e trabalhar em Setúbal

ACREDITAR Em Setúbal, depois de uma gestão ruinosa do PS na autarquia, a CDU «arregaçou as mangas» e pôs mãos à obra, para transformar a vida das pessoas.