Razões para continuar a luta
Não é recente a luta das populações e de muitas entidades contra as portagens na A23, A24 e A25 em toda a região da Beira Interior. Foram muitas e consequentes lutas que uniram populações, sindicatos, empresários e outras estruturas num combate contra a intenção justa de não introdução de portagens nestas vias e, posteriormente, da sua abolição.
A continuação da luta é condição para afirmar e alcançar direitos
PS, PSD e CDS – pais e mães desta medida – bem que podem usar falsos argumentos para justificar o injustificável: criar PPP e fazer contratos ruinosos. Estas importantes vias foram construídas na sequência de necessidade de desenvolver estas regiões, contribuindo para a economia e melhorando substancialmente a mobilidade de bens e pessoas num vasto território atravessado por serras, carente de transportes públicos rodo e ferroviário e com importância transfronteiriça.
Aos alertas sucessivos quanto às consequências da introdução de portagens (Dezembro de 2011), somaram-se os efeitos que a política de direita que o anterior governo PSD/CDS aprofundou, criando mais dificuldades aos trabalhadores, aos micro, pequenos e médios empresários desde que esta medida foi implementada. O Governo transferiu o esforço financeiro para quem vive e trabalha nestas regiões custeando acessibilidades estruturantes.
O PCP tem um vasto património de intervenção nesta matéria, tendo desde a primeira hora estado ao lado desta luta e consequentemente combatendo e intervindo de variadas formas – junto das populações, sindicatos e empresários; nas câmaras e assembleias municipais onde tem eleitos; e na Assembleia da República, onde os sucessivos projectos apresentados pelo PCP para a não introdução ou abolição das portagens foram rejeitados com votos do PS, PSD e CDS.
Luta dá frutos
Foi a luta e a acção de anos do PCP que levaram o Governo do PS, em 2016, a reduzir em 15 por cento o preço das portagens nestas vias. Mas como considerámos então, sendo essa redução um resultado da luta, ela é claramente insuficiente e a luta deve continuar até à sua completa abolição. É essa a exigência do PCP, assim como continua a ser a das populações, sindicatos, comissões de utentes, empresários e muitas outras entidades, como recentemente se verificou com o retomar dessa mesma exigência por parte da plataforma contra as portagens na A23, juntando Comissão de Utentes, União de Sindicatos de Castelo Branco, Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior e a Associação de Empresários da Beira Baixa.
O PCP, por via da Direcção da Organização Regional de Castelo Branco, com a deputada Paula Santos, reuniu com a plataforma e irá reapresentar uma iniciativa na Assembleia da República com vista à abolição das portagens na A23.
Em defesa do interior
Também a luta da população de Almeida contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é de grande justeza. Luta impulsionada pela Junta de Freguesia de Almeida (CDU) que juntou centenas de pessoas desde a primeira hora, recolhendo já milhares de assinaturas e não desistindo do direito da população à CGD nesta localidade, que é sede de concelho.
Também aqui o PCP esteve desde sempre junto da população, reivindicando que a CGD é do povo e que o problema do banco público não são os seus trabalhadores ou os balcões e agências. Esta é mais uma luta contra um ataque a mais um serviço público, pondo em causa um serviço que é importante para muitos reformados, para o tecido económico e para a população em geral, numa zona onde os rendimentos são baixos e a rede de transportes públicos é insuficiente, ficando a agência mais próxima a 15 quilómetros da sede de concelho.
Estas são lutas que não pararam e, como tantas outras, a sua continuação será condição determinante para exigir, afirmar e alcançar direitos.