Lei da «descomunização» promove fascismo na Polónia
A chamada «lei da descomunização», aprovada pela direita polaca que domina o poder, tem como objectivo falsificar a história e apagar os crimes do fascismo, afirma o Comité Central do Partido Comunista da Polónia, em comunicado divulgado dia 12.
Uma extensa lista toponímica que continua a expandir-se visa não só eliminar a memória de figuras ligadas ao regime socialista, mas também de heróis da resistência antifascista, muitos dos quais foram mortos pelos nazis. A lista, segundo denunciam os comunistas polacos, inclui os nomes de oito pessoas que foram assassinadas a 16 de Outubro de 1942, na primeira execução pública em Varsóvia pelo ocupante nazi.
A tentativa de reescrever a história vai ao ponto de se pretender alterar o nome da Rua das Vítimas de Auschwitz, na cidade de Breslávia, que evoca mais de um milhão de pessoas assassinadas no conhecido campo de concentração.
Entretanto, com a participação do Instituto da Memória Nacional, nacionalistas e bandidos são promovidos a novos heróis. Mesmo aqueles que perpetraram crimes de guerra e limpezas étnicas têm hoje os seus nomes em placas de rua.
Em simultâneo, grupos nacionalistas e neofascistas actuam com toda a impunidade, organizam marchas e outras acções de propaganda, sendo apoiados por instituições do Estado e pela Igreja Católica, salienta o Partido Comunista da Polónia, apelando à resistência social.