Chantagem do capital aprofunda crise económica e social na Grécia
GRÉCIA Os deputados do PCP no PE qualificam de «inadmissível a chantagem e pressão» da União Europeia sobre o governo de Atenas.
A política de agressão da União Europeia só serve os interesses do grande capital
Em comunicado, divulgado dia 25, os deputados do PCP no Parlamento Europeu recordam que os ministros das Finanças da zona euro decidiram, dia 22, adiar o pagamento da última parte do empréstimo à Grécia, mantendo «a inadmissível chantagem e pressão da União Europeia para que o governo SYRIZA/ANEL continue e intensifique a aplicação de mais denominadas “reformas” na Grécia contra os direitos e interesses dos trabalhadores e povo grego».
Os deputados do PCP consideram que «a manutenção e intensificação das denominadas políticas de austeridade na Grécia apenas contribuirão para o aumento do desemprego, da pobreza, das desigualdades, para o prosseguimento da destruição da economia deste país, para o aumento de uma dívida impagável e o agravamento dos constrangimentos que lhe estão associados, para agravar as condições de vida e o sofrimento do povo grego».
«É hoje claro que a política de intensificação da exploração, de empobrecimento, de privatizações, de dependência económica e subordinação externa, só serve os interesses do grande capital, que a União Europeia e o FMI representam, e tem demonstrado na prática que não é possível reestruturar a dívida em função dos interesses do povo grego no quadro do euro.»
O texto considera ainda «inaceitáveis os posicionamentos relativos à situação na Grécia que tenham como objectivo justificar ou escamotear as políticas de agressão da União Europeia contra os direitos dos trabalhadores e do povo grego».
Os deputados do PCP reafirmam «a solidariedade com a luta do trabalhadores e do povo grego que, nos últimos dias, em diversas acções, têm levantado a sua voz contra a diminuição dos salários e das pensões, o aumento de impostos, a redução do investimento na saúde e restantes direitos sociais, os cortes nos subsídios, como o de desemprego, o alargamento do programa de privatizações, a liberalização dos despedimentos, o ataque à contratação colectiva e ao direito à greve, entre outras medidas que visam intensificar a exploração, o saque e o domínio económico do grande capital, nomeadamente das grandes potências da UE».
Por último, os deputados do PCP realçam «a exigência e a necessidade da libertação dos constrangimentos e condicionamentos da União Europeia, do euro, e das políticas e instrumentos que lhe dão suporte», com vista a garantir «a soberania dos povos, a democracia, a justiça e progresso social, o direito ao desenvolvimento soberano de cada Estado».