CDU apresenta-se em Sintra com a certeza da mudança
ALTERNATIVA Os primeiros candidatos do PCP-PEV à Câmara e Assembleia municipais de Sinta, e os cabeças-de-lista às freguesias foram apresentados na sexta-feira, 19, num comício em que interveio Jerónimo de Sousa.
Na procura empenhada de soluções esteve sempre a CDU
A anteceder a sessão que deu a conhecer os núcleos fundamentais das listas da Coligação às autarquias sintrenses, realizada nos Bombeiros Voluntários de Queluz, decorreu, no mesmo, local um jantar com trabalhadores do concelho.
Por volta das 21h00, o jantar-convívio deu lugar à iniciativa principal, convocada com o propósito de dar a conhecer os 11 primeiros nomes propostos pela CDU à presidência de outras tantas freguesias do concelho de Sintra, e integrantes das listas à Câmara e Assembleia municipais, encabeçadas por Pedro Ventura e António Filipe, respectivamente, candidatos cuja apresentação pública decorreu no passado dia 25 de Março.
Um por um, os cabeças-de-lista às freguesias foram sendo chamados à mesa do comício, seguidos pelos dez primeiros membros da lista à Assembleia Municipal, e pelos sete primeiros candidatos à Câmara. Entre estes últimos, coube a Pedro Ventura usar da palavra.
Construir
O candidato à presidência do município com sede na vila Património Mundial divulgou os quatro eixos do programa com o qual o PCP-PEV se apresenta aos eleitores no próximo dia 1 de Outubro: Sintra para as pessoas; um território qualificado; emprego e desenvolvimento, e uma gestão democrática e participada, assim como as 20 medidas prioritárias que dali decorrem e pelas quais os eleitos comunistas, ecologistas e independentes se vão bater.
Pedro Ventura deu, por isso, o mote para a campanha de esclarecimento que urge intensificar, sublinhando a necessidade de «demonstrar que uma política alternativa é possível e que os partidos, disfarçados ou não de pseudo-independências, não são todos iguais».
Para que as propostas que a CDU protagoniza possam vingar, a Coligação «tem de ter mais força e mais votos», disse ainda Pedro Ventura, para quem a utilidade do voto no PCP-PEV fica também demonstrada pela «oposição crítica, atenta, exigente e construtiva» levada a cabo no último mandato. Dessa postura resulta que «no que foi bem feito em Sintra está a mão ou o apoio da CDU; na advertência para os erros e na sua denúncia, elevou-se a voz da CDU; na procura empenhada de soluções, com as populações e para as populações, esteve sempre a CDU».
Essa ligação aos trabalhadores e às populações é para prosseguir, dando, de resto, sequência ao «rico e vasto património de intervenção» acumulado pela CDU. O tempo é assim de permanecer «onde sempre estivemos – nas ruas, nos bairros, nas colectividades, no comércio, nas escolas, nos serviços públicos e nas empresas e locais de trabalho – para construir a certeza da mudança», concluiu Pedro Ventura.
Sem ilusões
A encerrar a iniciativa em Sintra, Jerónimo de Sousa deixou alertas à governação do País. Sem subestimar ou desvalorizar os avanços alcançados com a nova correlação de forças na Assembleia da República, o Secretário-geral do Partido constatou que «há muito para fazer», criticando, por um lado, a manutenção de Portugal submisso aos constrangimentos impostos pelo euro e respectivos instrumentos, e, por outro, as «opções do governo minoritário do PS».
O dirigente comunista questionou o Governo se vai prosseguir a política de congelamento dos salários e carreiras da Administração Pública; se vai «arrastar por anos a reversão do brutal saque fiscal que o anterior governo promoveu aos rendimentos do trabalho, manter os baixíssimos níveis de investimento necessário ao desenvolvimento do País, e deixar degradar as funções sociais do Estado e dos serviços públicos».
Inquietações às quais se juntam o facto de o executivo liderado por António Costa inviabilizar «o reforço dos direitos dos trabalhadores, a valorização da contratação colectiva, a revogação das normas gravosas da legislação laboral», ou «aceitar a renovação de PPP na Saúde» e implementar «a estratégia de extensão de fundações a novas instituições do Ensino Superior».
A «entrega do Banif ao maior banco espanhol a preço de saldo e com pesados encargos para o erário público, do Novo Banco a um fundo de investimentos americano e o adiamento do prazo de pagamento ao Estado, por 30 anos, pelos bancos do dinheiro do fundo de resolução», foram igualmente alvo de crítica por parte de Jerónimo de Sousa. Isto «para não falar das expectativas goradas em matéria de precariedade» ou «em relação ao regime de reformas de trabalhadores com longas carreiras contributivas», insistiu o Secretário-geral do Partido, para quem «anda mal o Governo minoritário do PS quando acompanha PSD e CDS».