O melhor é prevenir
Depois de diversos governos do PSD, CDS e PS terem encerrado escolas, serviços de Saúde e da Segurança Social, correios, transportes e outros serviços que a Revolução de Abril levara a todo o País para garantir direitos fundamentais, eis que agora chega a vez das agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A administração da Caixa fez contas e concluiu que se podia poupar imenso se fossem encerradas cerca de seis dezenas de agências, em particular no interior ou nas zonas periféricas. Consideram que é aí que está o verdadeiro problema da CGD e que, afinal, nem custará assim tanto às populações deslocarem-se alguns quilómetros (nalguns casos são dezenas de quilómetros) para acederem à agência mais próxima.
Quando foi conhecida a decisão, as populações indignaram-se e levantaram-se em protesto.
Foi assim em Almeida, Canha, Lavradio, Sobreda, Faranhão, para referir apenas alguns exemplos desta luta.
Em alguns sítios, a luta já deu frutos. Em Almeida (e não só), a luta continua e, perante a continuação dos protestos, a administração da CGD simulou uma linha de recuo prometendo «balcão móvel» e «gestor de conta».
Em apoio à luta lá tem estado como sempre o PCP que não abdica do seu compromisso com os trabalhadores e o povo na defesa do seu direito aos serviços públicos, sem o qual para uma parte importante da população a democracia ficaria bem mais pobre.
A população de Almeida tem o pleno direito ao protesto e tem que ser ouvida. E se não desistir da luta, certamente há-de vencer.
Porque, se deixarem hoje encerrar estas agências, abrirão as portas a que amanhã encerrem mais centros de saúde, mais escolas, tribunais, finanças, transportes e tudo o mais que for do interesse do grande capital. Tudo, não! Deixarão sempre um gestor de conta, um balcão móvel e, claro, o cemitério.
Para que tal não aconteça, o melhor é prevenir. E prevenir é reforçar a luta, o PCP e a CDU.