Britânicos convocados às urnas para dar força ao «Brexit»

O parlamento britânico aprovou, dia 19, a proposta da primeira-ministra conservadora, Theresa May, de convocar eleições legislativas antecipadas para 8 de Junho.

A iniciativa, anunciada de surpresa na véspera, teve o apoio quase unânime dos deputados, que a aprovaram por 522 votos a favor e apenas 13 contra, ao fim de hora e meia de debate.

Theresa May justificou a decisão com a necessidade de garantir estabilidade e um mandato forte, num momento em que o país se prepara para encetar negociações sobre a saída da União Europeia.

«Cheguei à conclusão de que a única maneira de garantir certeza e segurança nos próximos anos é com a convocação de eleições», explicou a chefe de governo, considerando que as actuais divisões no parlamento podem pôr em risco o êxito das negociações com a UE.

May considerou ainda que «neste momento de enorme significado nacional, deveria haver unidade aqui, em Westminster, [parlamento], mas em vez disso há divisão. O país está a unir-se, mas não Westminster», acrescentou.

Da parte da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn congratulou-se com o inesperado anúncio de May, salientando que os britânicos têm agora a oportunidade de «votar por um governo que ponha em primeiro lugar os interesses da maioria».

Entretanto, o jornal Daily Mail noticiou que os conservadores preparam um manifesto eleitoral que traça as linhas para a saída do Reino Unido da UE. Segundo o diário, não só os candidatos conservadores ficarão vinculados ao documento, prevenindo futuras divisões, como a própria Câmara dos Lordes ficará impedida de se intrometer no processo.

A legislação britânica estabelece que a câmara alta não pode bloquear qualquer iniciativa baseada no programa eleitoral apresentado pelo partido vencedor.

As mais recentes sondagens, divulgadas no fim-de-semana, atribuem um reforço do apoio eleitoral aos conservadores, que pela primeira vez desde 1951 atingem a barreira simbólica dos 50 por cento de intenções de voto, segundo inquérito realizado pelo instituto ComRes para o tablóide The Sunday Mirror. Os trabalhistas mantêm-se nos 25 por cento e os liberais-democratas (pró-europeus) nos 11 por cento.




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