PCP avança com 12 medidas concretas

Estímulo e apoio às MPME

O PCP propõe 12 medidas de estímulo e apoio à actividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas, nomeadamente a extinção do Pagamento Especial por Conta (PEC) em 2018 e apoios no capítulo dos combustíveis e energia.

PCP propõe respostas concretas para os problemas que enfrentam as MPME

Este conjunto vasto de medidas orientado para o apoio às MPME e à actividade económica em geral será formalizado no decurso das próximas semanas através de projectos de lei e projectos de resolução, anunciou anteontem, 24, em conferência de imprensa na AR, o deputado comunista Bruno Dias.

Para o PCP é muito claro que este apoio às MPME assume uma importância fundamental – e por isso desde há vários anos que não se cansa de o sublinhar e de apresentar propostas nesse sentido –, não apenas como elemento de resposta aos graves problemas económicos nacionais, mas também como «parte integrante da política alternativa patriótica e de esquerda que defende para o País».

Trata-se, em síntese, por via de medidas muito concretas, de contribuir para a superação daqueles que são identificados pelos micro, pequenos e médios empresários como sendo os principais factores limitativos do investimento e do consequente crescimento económico e desenvolvimento económico e social. É o caso, assinalou Bruno Dias, do fraco poder de compra da população e da «débil procura pública», a par dos custos de produção decorrentes dos elevados preços dos factores produtivos, como a energia, telecomunicações, transportes, custos administrativos e fiscais, e dificuldades no acesso ao financiamento.

É neste quadro, depois de ter visto aprovadas propostas suas no âmbito da discussão dos OE de 2016 e 2017 (vide a redução do PEC ou o conjunto de medidas para redução dos custos com a energia e os combustíveis), que a bancada comunista propõe, além do referido termo do PEC no próximo ano, a adopção de medidas de acesso ao crédito em condições favoráveis, «reforçando o sector público bancário e os instrumentos e medidas públicos de financiamento da economia».

A reprogramação do Portugal 2020 assegurando programas «específicos dirigidos às MPME e às cooperativas», o «alargamento do regime de pagamento do IVA após boa cobrança às empresas até dois milhões de euros de facturação» e a criação de um «regime de conta-corrente entre o Estado e as MPME», que alivie a tesouraria destas, sem prejuízo orçamental, constituem outras tantas propostas dadas a conhecer por Bruno Dias, que realçou a separação que tem de existir entre a actualização do SMN e eventuais benefícios ao investimento empresarial, rejeitando a ideia de que estes sejam uma «moeda de troca».

Alterar o regime de imposto de selo para que as comissões dos terminais de pagamento automático fiquem a cargo da banca, estender o regime de gasóleo profissional a actividades produtivas, repor a taxa de IVA a seis por cento na energia eléctrica e no gás natural, definir um «nível de incorporação de biocombustíveis no gasóleo idêntico ao que se verifica em Espanha, são igualmente medidas preconizadas pelo PCP, que avançará ainda com propostas para a redução da factura energética, para a elaboração de um «programa de valorização da MPME no âmbito da contratação pública», e, por último, para «isentar pequenas empresas da revisão legal de contas», actualizando o valor previsto no Código das Sociedades Comerciais.

 



Mais artigos de: Assembleia da República

Sobrepor a saúde ao lucro

O PCP reafirmou no Parlamento a sua rejeição ao modelo de parcerias público-privadas (PPP), defendendo que «só a gestão pública das unidades de saúde garante o princípio da igualdade e da universalidade».

É preciso ir mais longe

O PCP defende a integração dos doutorados na carreira de Investigação Científica, findo os prazos contratuais previstos como limite máximo.

Agendado debate pela revogação

Estava agendada para ontem, 25, a apreciação parlamentar requerida pelo PCP ao diploma que reduz a Taxa Social Única das empresas como contrapartida ao aumento do Salário Mínimo Nacional. A bancada comunista discorda deste bónus concedido às...

Retrocessos e desregulação

O PCP reafirmou no Parlamento a sua objecção total aos acordos de livre comércio e serviços, designadamente ao Acordo Económico e Comercial Global (CETA) entre a União Europeia e o Canadá, sustentando que tais acordos visam «avançar...

«Chumbo» sem explicação

O Grupo Parlamentar do PCP requereu anteontem, 24, através da comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Desporto e Juventude, o envio à Assembleia da República do parecer com o qual o Conselho de Opinião da RTP fundamenta o «chumbo» do jornalista...