Fortalecer a luta anti-imperialista
Na actual situação internacional, a ofensiva do imperialismo, protagonizada pelo imperialismo norte-americano e seus aliados, constitui a principal ameaça com que os povos do mundo se confrontam.
O imperialismo não é omnipotente e a sua ofensiva não é imparável
Na sequência dos acontecimentos que marcaram o século XX, os Estados Unidos tornaram-se a potência hegemónica do mundo capitalista. Com o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo – corroído por contradições –, o advento de novos países na cena internacional e o consequente declínio do seu peso económico relativo no plano mundial, os Estados Unidos lançam-se na tentativa da salvaguarda e imposição da sua supremacia, utilizando o seu grande poderio económico, científico-tecnológico, militar e político-ideológico. Intento estratégico que os resultados das recentes eleições norte-americanas, com a vitória de Donald Trump para a presidência, não colocam em causa.
A investida levada a cabo pelo imperialismo norte-americano em articulação com os seus aliados, encerrando importantes contradições, tem um carácter global, multifacetado e concertado, nomeadamente no campo económico, político-ideológico e militar. A sua componente mais agressiva tem sido dirigida contra toda e qualquer força ou poder que não se submeta e lhe resista, representando um sério perigo para a paz no mundo.
Através da instauração de relações de dependência, da ingerência e da guerra, o imperialismo procura obstaculizar, e mesmo impedir, o exercício da soberania nacional, visando particularmente estados que considere representarem, de alguma forma, um factor de contenção e resistência à imposição dos seus interesses e domínio.
Os EUA, a NATO, a UE, com os seus aliados, são responsáveis por todos os grandes conflitos militares da actualidade. Equiparar a sua acção agressiva a países que afirmam e defendem a sua soberania, independência e direito ao desenvolvimento, que se posicionam, agem e articulam no plano internacional no respeito da Carta das Nações Unidas, que não aceitam o isolamento e apoiam os povos e estados vítimas do bloqueio, desestabilização e agressão imperialista, seria menosprezar, e mesmo branquear, os objectivos da actual investida do imperialismo e os sérios perigos que esta representa para os trabalhadores e os povos do mundo.
O imperialismo não é omnipotente. A sua ofensiva não é imparável e irreversível. Os povos resistem e lutam. Entre outros marcantes exemplos, assume particular importância e significado a resistência da Síria e do seu povo – e do apoio que esta recebe – na luta em defesa da soberania e integridade territorial da sua pátria, face à agressão dos Estados Unidos e seus correlegionários.
Convergência e cooperação
O actual quadro internacional demonstra a importância de fortalecer a convergência e a cooperação dos comunistas com outras forças patrióticas, progressistas e revolucionárias, numa ampla frente anti-imperialista. Este é o caminho para travar a ofensiva do imperialismo e abrir caminho a uma viragem na situação internacional, no sentido da paz, da soberania e do progresso social.
Para a concretização de tal objectivo é fundamental o papel e a acção dos comunistas. A convergência e unidade na acção em torno de objectivos concretos e imediatos dos partidos comunistas com outras forças que resistem à imposição do domínio hegemónico do imperialismo, não significa uma abdicação do seu ideal e projecto revolucionários. Na base da análise concreta de cada situação concreta, a aproximação e cooperação dos comunistas – com a afirmação dos seus objectivos próprios e sem diluição da sua identidade – a outras forças com carácter e posicionamento anti-imperialista é propiciadora da criação das condições para levar mais longe a resistência e a luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos e soberania, a luta por transformações progressistas e revolucionárias.
Neste sentido, é necessária a existência de fortes e influentes partidos comunistas e de outras forças revolucionárias, o fortalecimento do movimento comunista e revolucionário internacional e a sua cooperação. Agindo de acordo com o princípio do internacionalismo proletário, o PCP empenha-se na solidariedade recíproca e na cooperação entre partidos comunistas, contribuindo para o aprofundamento do debate e procurando valorizar em cada momento o que favoreça a unidade na acção.
Do mesmo modo, o PCP é solidário com as forças políticas e sociais que nos respectivos países lutam em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos povos, empenhando-se no alargamento e maior expressão da frente anti-imperialista.
O XX Congresso representará uma afirmação dos princípios patrióticos e internacionalistas do PCP.