Mordaça na Turquia

O Conselho Mundial da Paz (CMP) condena a «decisão das autoridades turcas em ordenar a suspensão da actividade de centenas de organizações e movimentos sociais por um período de três meses sob o pretexto de ligações com “actos terroristas”». Em nota divulgada dia 12 pelo seu Secretariado, o CMP denuncia que «entre as organizações suspensas está a Associação de Paz da Turquia (APT)», cujos escritórios em Istambul foram encerrados pelas forças policiais.

O CMP expressa «a séria preocupação sobre os reais motivos e objectivos por detrás desta acção autoritária e anti-democrática», a «sua solidariedade com o povo da Turquia, com as forças amantes da Paz e com os nossos amigos da APT», e exige «o levantamento da suspensão de actividade da APT e das outras organizações».

Em Portugal, o Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) também se pronunciou sobre os acontecimentos na Turquia, sublinhando tratar-se de um inaceitável «ataque aos direitos e liberdades». O CPPC «junta a sua voz a todos os que condenam esta atitude das autoridades turcas, exigindo «o respeito pela actividade [da APT] na defesa da paz».

Alvo da vaga repressiva desencadeada desde sexta-feira, 11, foi igualmente a Associação de Advogados Progressistas da Turquia (ÇHD, na sigla original), que em comunicado divulgado no dia 12 recusa acatar a ordem de suspensão das suas actividades. «Nenhum poder pode decidir o fim da actividade da ÇHD» porque «não pedimos a aprovação a nenhum poder para criar a ÇHD», afirma-se no texto, antes de se assegurar que «vamos resistir ao fascismo hoje e amanhã, como fizemos ontem».

«Não reconhecemos nenhuma lei, decreto ou decisão que tenha sido tomada após a declaração do estado de emergência. (…) A ÇHD é a associação dos oprimidos, dos explorados e dos marginalizados. Mas não é só isso. É também a associação dos que resistem à exploração e à crueldade. Ninguém pode mudar este facto colocando uma vedação na porta do nosso escritório», insiste a Associação de Advogados Progressistas da Turquia, que garante que «permanece de porta aberta» à luta contra a opressão e a fascização do país.




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