Israel condenado na UNESCO
O Conselho Executivo da UNESCO adoptou duas resoluções que criticam a gestão israelita de um dos mais importantes complexos das três grandes religiões monoteístas situado em Jerusalém Leste ocupada.
A causa palestiniana obteve uma vitória significativa
O governo israelita reagiu aos textos aprovados na quinta-feira, 13, por 24 países contra seis rejeições e com 28 abstenções, suspendendo a sua colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Os países árabes, por seu lado, qualificaram a decisão de histórica por num dos textos se defender a necessidade de preservação dos sítios de culto titulando-os de «património palestiniano» no quadro do «carácter distintivo de Jerusalém Leste», o que pressupõe o reconhecimento da soberania palestiniana sobre aquela parte da cidade e, simultaneamente, uma condenação à ocupação, à política de expulsão sionista em curso desde 1967 e de condicionamento de acesso dos muçulmanos à Esplanada das Mesquitas.
Previa-se que uma nova votação fosse efectuada anteontem em sessão plenária da UNESCO. Independentemente do resultado desta, a causa palestiniana obteve uma vitória significativa.
O desfecho e a própria votação complementar são aliás incógnitas, tanto mais que o próprio presidente do Conselho Executivo da UNESCO apelou ao seu adiamento. A directora-geral da UNESCO, por seu lado, sublinhou a necessidade de não desconsiderar a importância do complexo religioso nas tradições judaica, cristã e muçulmana.
No dia 14, o Conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu informalmente os colonatos israelitas na Palestina e auscultou várias organizações não-governamentais. Os 15 membros do Conselho e as estruturas humanitárias criticaram os colonatos, mas o organismo da ONU evitou a convocação de uma reunião formal de carácter vinculativo, facto que levou o representante da Venezuela a afirmar que «Basta de retórica».