Enfermeiros persistem na luta
Com greves e concentrações no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, ontem, e no Hospital Garcia de Orta, nos dias 28 e 29, estende-se por todo o mês de Setembro o «plano nacional de lutas» lançado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a nível das diferentes instituições de Saúde, após as greves de 28 e 29 de Julho.
Entre 30 de Agosto e 2 de Setembro, houve greves no Hospital de Barcelos. A 6 e 7 de Setembro, paralisaram os enfermeiros do Centro Hospitalar do Baixo Vouga. No dia 9, fizeram greve os profissionais de enfermagem da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que inclui o Hospital de Beja.
Em Lisboa, o SEP/CGTP-IN promoveu concentrações de enfermeiros nos hospitais de São José e de Santa Maria.
No primeiro, dia 6, foi entregue à administração do Centro Hospitalar Lisboa Central um abaixo-assinado, com 600 subscritores, reclamando a urgente admissão de enfermeiros, por haver «centenas de turnos por preencher» e camas que não podem ser ocupadas por doentes, devido a falta de pessoal. Foram ainda entregues 325 cartas de enfermeiros com contrato individual de trabalho (CIT), pela alteração da cláusula que impõe 40 horas semanais e pela aplicação do limite de 35 horas.
No dia 9, em Santa Maria, dirigentes do SEP e outros enfermeiros distribuíram folhetos aos utentes, na entrada principal do hospital, e entregaram à administração do Centro Hospital Lisboa Norte (de que faz parte o Hospital Pulido Valente) um abaixo-assinado com 600 nomes e 400 cartas para que as 35 horas sejam aplicadas também aos contratados a CIT.
Os enfermeiros e o SEP, além do fim desta discriminação na duração do horário semanal, que atinge cerca de nove mil profissionais, protestam também contra a gritante falta de pessoal de enfermagem, que impõe uma sobrecarga horária, lembrando que muito deste trabalho é desvalorizado e frequentemente não é pago, acumulando-se dívidas de milhares de horas em várias unidades de saúde.