Organizar e unir
A intervenção própria dos comunistas nas empresas dá mais força à luta dos trabalhadores pelo emprego e os direitos, contra os despedimentos, a precariedade e a exploração.
O PCP aponta o caminho da unidade e da luta
No mais recente número do seu boletim, O Faísca, a célula do PCP na Autoeuropa exige que as administrações das várias empresas que laboram no Parque Industrial encontrem soluções de gestão que não ponham em causa o emprego e os direitos dos trabalhadores. Reconhecendo que as decisões da empresa principal têm implicações nas restantes, o PCP realça que não devem ser os trabalhadores a «pagar as consequências».
Para a célula do PCP, cabe às organizações representativas dos trabalhadores no seu conjunto a tarefa de «não permitir que a administração da VW Autoeuropa “lave as mãos como Pilatos” nem que as administrações das empresas do Parque se descartem das suas responsabilidades» para com os seus trabalhadores. Em causa está a tentativa de alteração os horários de laboração por parte da administração da Autoeuropa, algo que os trabalhadores rejeitaram em sucessivos plenários. Lembra a célula que estes foram «decisivos no desenvolvimento do processo negocial e nos resultados alcançados», ao mesmo tempo que constituíram uma importante e mobilizadora forma de luta.
Sublinhando que a resistência e a rejeição do objectivo inicial da administração se revelou fundamental para a defesa dos direitos dos trabalhadores, o PCP repudia quaisquer tentativas de fazer recair nos trabalhadores das restantes empresas quaisquer efeitos da luta travada na Autoeuropa. A célula, lembra-se, «sempre assumiu a defesa da unidade dos trabalhadores e a cooperação a nível dos seus representantes, tendo em conta que todos são os construtores dos automóveis produzidos e largas centenas a trabalharmos em conjunto».
Combater despedimentos
«Não dar tréguas à lei da selva dos despedimentos» é o que propõe o Sector dos Seguros da Organização Regional de Lisboa do PCP, no mais recente número do seu boletim. Denunciando a intensificação dos despedimentos em empresas como a Axa, a Açoreana e a Zurich, «muitas vezes com recurso à coacção, à violência psicológica e ao impedimento de acesso a locais de trabalho», o Partido soma a estas o sucedido no Grupo Novo Banco – Companhia de Seguros Vida, que anunciou o despedimento de 13 trabalhadores depois de ter encerrado 2015 com lucros de 96,5 milhões de euros. Os trabalhadores resistiram e o despedimento envolve agora cinco.
No comunicado, o PCP acusa as empresas de ignorarem o enquadramento legal existente e o Governo e a Autoridade para as Condições de Trabalho de não tomarem as medidas necessárias para pôr cobro às ilegalidades. Assim, o que tem obstaculizado a generalização dos despedimentos tem sido o «comportamento de muitos trabalhadores», que diariamente os denunciam e combatem. Ao fazê-lo, garante o PCP, demonstram que a «sua unidade é insubstituível na luta por uma mudança de política ao serviço de quem trabalha».
Os comunistas apelam aos trabalhadores para que estejam vigilantes e não assinem qualquer rescisão sem primeiro contactar as suas estruturas representativas. Caso o fizessem estariam a abdicar dos direitos que a lei confere.
Num comunicado do mesmo sector, mas dirigido aos trabalhadores da Tranquilidade, o PCP acusa os novos accionistas da empresa, a Apollo, de não cumprir os compromissos assumidos quanto à garantia dos postos de trabalho e de estar a delapidar o património da empresa. Reconhecendo que não basta a administração «valorizar o desempenho dos trabalhadores com palavras bonitas e gestos de ocasião», o PCP exige a valorização real dos trabalhadores através de um efectivo aumento salarial e da preservação e conquista de direitos. Para tal, é fundamental a unidade e a luta de todos quantos laboram na Tranquilidade, assume o Partido.