Em defesa da valorização dos salários, de direitos e do emprego

Transportes conduzidos à luta

Os trabalhadores do sector dos transportes não abdicam de justos aumentos nas remunerações, da reposição de direitos, do combate à precariedade e da salvaguarda dos postos de trabalho. Às lutas em curso juntam-se novas greves.

O Governo tem os instrumentos necessários para resolver os problemas»

Image 20643

No handling, a paralisação convocada para os dias 1, 2 e 3 de Julho abrangendo a SpdH/Groundforce, a Portway e as prestadoras de serviços nos aeroportos do continente e da Madeira, aponta-se como objectivos exigir «que o Governo intervenha no sentido de terminar imediatamente a operação ilegal e fraudulenta da Ryanair com a Groundlink (que está na origem da intenção de despedimento colectivo de 256 trabalhadores da Portway)», e que «cumpra a recomendação da Assembleia da República e anule o Despacho 14886-A (concretamente o 3.º operador em Lisboa)».

No pré-aviso de greve emitido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, considera-se que no prazo estipulado pela AR (até 30 de Junho), «o Governo tem os instrumentos necessários para resolver os problemas com que os trabalhadores do handling se debatem [precariedade, destruição premeditada das empresas e consequente destruição de empregos, contratação colectiva], assim tenha vontade política».

Já na CarrisBus, os períodos de greve convocados para a semana de 27 de Junho a 1 de Julho reivindicam a discussão do Acordo de Empresa, já entregue à administração, o qual representa um passo para pôr fim à «não existência de qualquer regulamentação colectiva das relações de trabalho». Reclama-se, também, a integração plena da CarrisBus na Carris, explica o Sindicato dos trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).

No público
e no privado

O mesmo STRUP, em carta conjunta com a Fectrans/CGTP-IN endereçada dia 15 ao primeiro-ministro, aproveita a notícia do fim do tecto salarial dos gestores públicos da Caixa Geral de Depósitos para questionar executivo liderado por António Costa sobre quando pretende repor os cortes salariais na CarrisTur.

Na empresa, os salários foram diminuídos de 630 para 560 euros a pretexto de uma alegada indisponibilidade orçamental para cumprir o contrato colectivo do sector. «Ora, o aumento mensal que o Governo acaba de autorizar a um único administrador [da CGD] é mais do dobro daquilo que tem dito não poder pagar ao conjunto dos trabalhadores da CarrisTur», notam.

Aumentos efectivos e fim das desigualdades salariais mobilizam, igualmente, os trabalhadores da CaetanoBus. Terça-feira, 14, realizaram uma concentração à porta da empresa, em Vila Nova de Gaia. O secretário-geral da CGTP-IN, participou no protesto e sublinhou a sua justeza, lembrando que «estamos a falar de trabalhadores que há sete anos que não eram aumentados e, agora, a empresa considerou que 60 por cento não o deviam ser».

«Alguns tiveram aumentos de 50 cêntimos» acrescentou Arménio Carlos, citado pela Lusa, antes de acusar a CaetanoBus de ser «um ponto negro no que respeita à abertura para a negociação dos cadernos reivindicativos e dos salários».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Urgente mudança de paradigma

A CGTP-IN «considera inaceitáveis» e «contraditórias com as promessas de um novo modelo de crescimento e de desenvolvimento» declarações que exaltam a sobre-exploração. A acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho vai intensificar-se.

Mobilização histórica

Os trabalhadores da Randstad cumpriram dois dias de greve e protestaram à porta da empresa por um acréscimo salarial mínimo de 30 euros e contra a discriminação face aos colegas da EDP.

Avançar no comércio

O novo Contrato Colectivo de Trabalho para as empresas da grande distribuição, concluído dia 16, revê salários e obriga a sua aplicação com efeitos a 1 de Janeiro, congratulou-se o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de...

Novo Banco com velha prática

O despedimento colectivo de 56 trabalhadores do Novo Banco e outros 13 funcionários de empresas do grupo continua a ser contestada. A Comissão de Trabalhadores considera que «não foram esgotadas outras formas possíveis de redução de trabalhadores» e, considerando...

Defender direitos nos lanifícios

A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE) e o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes convocaram para ontem à tarde, em Barcelos, uma acção de informação e...

Estivadores contra<br>a precariedade

«Precariedade? Nem para os estivadores nem para ninguém», foi o lema da manifestação realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, faz hoje uma semana, entre o Cais do Sodré e a...

Sobrecarga nos CTT

A maioria dos carteiros (24 em 30) do Centro de Distribuição de Famalicão, distrito de Braga, aderiu dia 15 à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações. A iniciativa visou contestar a falta de pessoal e a consequente...