Mobilização histórica
Os trabalhadores da Randstad cumpriram dois dias de greve e protestaram à porta da empresa por um acréscimo salarial mínimo de 30 euros e contra a discriminação face aos colegas da EDP.
Os trabalhadores reclamam pelo menos um euro por dia
A paralisação convocada para segunda e terça-feira, 20 e 21, teve como momento alto a concentração realizada na manhã do primeiro dia de greve por cerca de três centenas de trabalhadores, na sua maioria jovens, frente à sede da empresa holandesa. Na Avenida da República, em Lisboa, repudiaram a precariedade traduzida na externalização dos serviços de apoio, atendimento ou facturação à distância por parte da EDP, exigiram ser abrangidos pela convenção colectiva em vigor nesta e a equiparação salarial aos trabalhadores que laboram na «eléctrica nacional».
A reivindicação pecuniária sobressaiu com particular ênfase. Desde 2012 que os trabalhadores reclamam um acréscimo de pelo menos 1 euro por dia nas remunerações base do último escalão e de 9 euros nas intermédias, bem como a melhoria do subsídio de alimentação para um mínimo de 6 euros.
A Randstad foi argumentando que o único obstáculo colocado à valorização dos salários e doutras componentes pecuniárias era a incerteza sobre a continuidade do contrato com a EDP, mas a verdade é que, mesmo depois da renovação daquele vínculo, a prestadora de serviços continuou a recusar as propostas apresentadas pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
O SIESI e os trabalhadores ficaram ainda indignados com o facto de uma empresa que apresenta lucros de milhões contrapropor aumentos de 3 cêntimos por dia.
Por isso, garantem, «não vamos desistir. Vamos continuar a lutar por aumentos dignos. Agora faremos esta greve de dois dias e [depois] vamos definir outras formas de luta», disse Ana Romão, do SIESI, citada pela Lusa, admitindo, também, que na agenda do combate está «sensibilizar os grupos parlamentares para esta situação».
Na concentração frente à sede da Randstad esteve a deputada do PCP à Assembleia da República, Rita Rato, que de viva voz expressou a solidariedade do Partido para com aqueles trabalhadores e a sua luta, e apelou a que prossigam até alcançarem as respectivas reivindicações.