Faleceu Teodósia Vagarinho Gregório
A propósito do falecimento de Teodósia Gregório Vagarinho, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 6, um comunicado no qual salienta os mais relevantes aspectos da sua biografia pessoal e política e transmite à sua família as «sentidas condolências». O Secretariado começa por destacar a «dedicada e corajosa militante comunista que desde muito jovem se entregou à luta em defesa dos trabalhadores e do povo português, contra a ditadura fascista, pela liberdade, o socialismo e o comunismo».
Em pormenor, lembra-se que Teodósia Vagarinho Gregório nasceu em Janeiro de 1935 na aldeia de São Cristóvão, em Montemor-o-Novo, de uma família de pequenos camponeses alentejanos (o seu pai era seareiro), convivendo desde muito nova com a exploração e os problemas dos camponeses e operários agrícolas. Ajudando desde cedo a família a mondar, a ceifar e a desmoitar, Teodósia foi trabalhar à jorna com apenas nove anos, conhecendo directamente a exploração.
Em 1953, com 18 anos, aderiu ao PCP, passando no ano seguinte à clandestinidade. Foi com o pai que tomou contacto com os materiais do Partido e iniciou a sua actividade com a distribuição de documentos e a participação em lutas por melhores condições de trabalho. Funcionária do Partido na clandestinidade durante 16 anos, conheceu Afonso Gregório, que viria a ser o seu companheiro de vida e de luta e pai do filho José Gregório.
Teodósia Vagarinho Gregório foi, nas palavras do Secretariado, uma «camarada das casas clandestinas», tarefa para a qual revelou particulares aptidões. Colaborou n' «A Voz das camaradas das Casas do Partido», escrevendo – sob o pseudónimo Lucinda – sobre a defesa das casas, a luta pela paz e sobre a vida e os problemas das mulheres camponesas e operárias agrícolas.
Com o 25 de Abril, prosseguiu com «grande dedicação a sua militância comunista, desempenhando como funcionária do Partido tarefas na Sede Central do Partido». Por tudo isto, conclui o comunicado, a «vida da camarada Teodósia Vagarinho Gregório constitui uma referência e um exemplo de mulher comunista que dedicou a vida à causa revolucionária do seu Partido de sempre».
No seu funeral, realizado anteontem, Alexandre Araújo, do Secretariado, fez uma intervenção em nome da direcção do Partido.