CGTP-IN reforça-se para lutar
Com mais de setecentos delegados e milhar e meio de convidados, o 13.º Congresso da CGTP-IN vai, nos dias 26 e 27, analisar a actividade sindical dos últimos quatro anos e definir as linhas de orientação para o período até 2020.
A evolução da sindicalização nestes quatro anos será uma boa surpresa
Para recepção dos delegados, as portas do Complexo Municipal dos Desportos «Cidade de Almada», no Feijó, abrem-se às nove horas. Os trabalhos iniciam-se às 10h30 e são antecedidos de um momento cultural, a partir das 10 horas. Na sexta-feira, a última sessão deverá terminar às 23h15. No sábado, o congresso decorre das 9h00 às 18h45, incluindo a apresentação do Conselho Nacional que vai ser eleito no final dessa manhã.
Arménio Carlos, Secretário-geral da CGTP-IN, entrevistado pela agência Lusa, considerou que os próximos quatro anos representarão um desafio aliciante para a central, considerando a alteração da conjuntura política e da relação de forças na Assembleia da República. A Intersindical «vai ter de ser muito incisiva, interventiva e criativa na apresentação de propostas e na negociação de soluções, sem abdicar da sua autonomia e independência», de modo a contribuir «para abrir espaços de discussão» e «continuar a ter uma forte intervenção, para assegurar respostas concretas aos problemas dos trabalhadores e para que a mudança de facto aconteça».
Será necessário intensificar a luta e dinamizar a acção reivindicativa, para contrariar a posição de patrões que persistem em refugiar-se na ideia de que o sector privado não pode aumentar os salários nem melhorar as condições de trabalho. Arménio Carlos destacou, entre as prioridades da acção sindical, a dinamização da contratação colectiva para uma melhor distribuição da riqueza, com aumentos dos salários, mas também com a melhoria dos serviços públicos que garantem o cumprimento das funções sociais do Estado. No futuro próximo, é indispensável insistir no reforço da estrutura sindical nos locais de trabalho.
Do balanço da actividade realizada desde o 12.º Congresso, que teve lugar a 27 e 28 de Janeiro de 2012, o dirigente adiantou que «somos uns eternos insatisfeitos, mas temos uma surpresa extremamente agradável, relativamente aos níveis de sindicalização, apesar da quebra no emprego e nos salários em geral».
Todas importantes
Arménio Carlos reafirmou que «todas as lutas foram importante», nestes quatro anos.
Para enfrentar a difícil conjuntura política e económica agravada pela política e pelas medidas do governo PSD/CDS e da troika estrangeira (FMI, BCE e UE), foi travado um combate em que «os grandes protagonistas foram os trabalhadores, com a sua resistência, determinação e coragem» e mesmo «grande dignidade».
Desde 2012, recorde-se, realizaram-se três greves gerais e duas grandes manifestações no Terreiro do Paço, mas também jornadas em praticamente todas as capitais de distrito, contra alterações graves à legislação laboral, contra cortes de salários e de direitos na Administração Pública e no sector privado, pela exigência de uma nova política. Foram igualmente realizadas lutas em centenas de empresas, para defender postos de trabalho, direitos e melhorias salariais, e em sectores, tanto pela contratação colectiva e reivindicações específicas, como por objectivos mais amplos, em particular nas empresas públicas de transportes, ameaçadas de privatização, e em centenas de municípios e freguesias, resistindo com sucesso ao aumento do horário de trabalho.