Que ninguém se engane
O que move a candidatura à Presidência da República promovida pelo BE?
Apresentada com a crítica à divisão à esquerda, decidiu apontar baterias, neste últimos dias contra a candidatura de Edgar Silva, com vários oradores, a quem a comunicação social dá o devido destaque.
Obviamente, Marisa Matias e o Bloco de Esquerda estão enganados no alvo.
Mas não será por distracção ou falta de coordenação que este ataque cerrado acontece.
Mariana Mortágua, Fernando Rosas e Francisco Louçã (pelo menos) foram porta-vozes das atoardas que pretendem atingir a candidatura de Edgar Silva e que envolvem questões da política internacional, as decisões sobre o Banif e o percurso do nosso candidato.
O BE e os seus dirigentes têm de si próprios uma imagem de ungidos pela benção de Deus, de impolutos e virgens, e que, por não terem nada que lhes toque, tudo podem dizer de terceiros e, em especial, da nossa candidatura.
Sucede que nem são uma coisa nem outra e não lhes fica bem confundir o alvo dos ataques.
Relativamente ao PCP, dá a ideia de que o que os une nos seus momentos de altos e baixos é o anticomunismo.
Levados ao colo pela comunicação social dominante, Louçã, Rosas, Mortágua e outras figuras do BE sabem que, a eles, ninguém lhes cobra as incongruências. Eles que ficam ligados à agressão à Líbia, com o voto no PE, cuja responsabilidade Marisa Matias procurou alijar, vêm agora dar lições de defesa dos direitos humanos; eles que apoiaram o primeiro empréstimo à Grécia, na AR, dizem agora que vão bater o pé à UE; eles que caucionaram a nacionalização dos prejuízos do BPN, vêm agora falar do Banif; eles que não votaram a favor da proposta de eliminação imediata dos cortes salariais aos trabalhadores da AP, querem ser os campeões do combate à austeridade.
Quando se impunha uma barreira cerrada contra o candidato da direita, o BE decidiu dar centralidade ao combate ao candidato que tem um percurso de coerência, de empenhamento ao serviço dos trabalhadores e do povo, de defesa dos valores de Abril e da Constituição da República Portuguesa. Ao candidato que tem uma vida ao serviço da causa dos direitos humanos e que, de há muito, fez uma opção pela acção colectiva por um Portugal com futuro e por um mundo melhor.
Que ninguém se engane então!