Respostas de luta
Uma greve nacional na administração central, a 29 de Janeiro, será convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, caso amanhã, dia 15, não sejam aprovados na Assembleia da República projectos de lei a determinar a reposição imediata das 35 horas em todos os serviços da Administração Pública.
A decisão foi tornada pública na segunda-feira, dia 11, por uma delegação de dirigentes daquela estrutura sectorial da CGTP-IN, que se deslocou ao Palácio de São Bento para entregar, na comissão parlamentar de Trabalho, um abaixo-assinado subscrito por mais de 40 mil trabalhadores da Administração Pública, a apoiar aquela reivindicação.
A federação rejeitou veementemente que o regresso às 35 horas seja decidido para vigorar apenas em Julho, como propõe o PS, e que essa aplicação possa ainda ficar dependente de regulamentação desconhecida dos trabalhadores.
Com os mesmos motivos, outras estruturas sindicais admitiram já marcar greve para a mesma data.
Às declarações do ministro do Planeamento e Infra-estruturas, no dia 7, confirmando que prossegue o processo de privatização da CP Carga, as organizações representativas dos trabalhadores reagiram com a insistência num pedido de reunião (cuja realização fora prometida até 29 de Dezembro) e a convocação de uma concentração, ontem, junto à residência oficial do primeiro-ministro.
«Novo Governo imita tiques do velho», protestou, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores da CP Carga. No dia 8, em conferência de imprensa, as CT da CP Carga e da CP e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, em conferência de imprensa, reafirmaram os motivos de contestação da privatização, lembraram que na campanha eleitoral o PS também disse partilhar as dúvidas e críticas manifestadas e exigiram a clarificação de todos os aspectos obscuros, acrescentando excertos de um «memorando confidencial» às duas cartas antes enviadas ao Tribunal de Contas.