Legislativas na Polónia

Direita regressa ao poder

O partido Lei e Justiça (PiS), liderado por Jaroslaw Kaczynski, venceu as eleições legislativas, realizadas no domingo, 25, na Polónia, com 37,6 por cento dos votos, ou seja, conquistando 232 lugares em 460 no parlamento nacional.

Estes resultados, divulgados na segunda-feira à noite pela Comissão Nacional de Eleições, conferem a maioria absoluta a um só partido, algo inédito desde o derrubamento do regime socialista.

Os liberais da Plataforma Cívica, no poder há oito anos, não foram além dos 24,1 por cento (contra 39% há quatro anos), elegendo 135 deputados.

Em terceiro lugar está a formação do músico de rock Pawel Kukiz, creditado em 44 deputados (8,8%), seguindo-se o partido Moderno (Nowoczesna), de Ryszard Petru, com 24 deputados (7,6%), e o partido agrário (PSL), aliado dos liberais derrotados, com 18 deputados (5,1%). A participação terá atingido os 51,6 por cento.

O novo governo, a confirmarem-se estes resultados provisórios, será dirigido por Beata Szydlo, a mulher que protagonizou a campanha eleitoral, relegando ao passado a imagem controversa dos irmãos Kaczynski: Jaroslaw foi primeiro-ministro da Polónia entre Julho de 2006 e Setembro de 2007, e Lech ocupou a presidência entre Outubro de 2005 e Abril de 2010, quanto perdeu a vida num acidente de aviação, em Smolensk, na Rússia. 

Ewa Kopacz reconheceu a derrota, mas fez questão de lembrar que durante os governos da Plataforma Cívica a Polónia progrediu economicamente, reduzindo a taxa de desemprego a um dígito.

Porém, o crescimento tem beneficiado pouco as camadas populares, cujo poder de compra é muito reduzido, ao mesmo tempo que as condições de trabalho são marcadas pela ausência de direitos e precariedade. A falta de perspectivas de uma vida digna e estável empurra muitos jovens para a emigração.

Persistem também enormes assimetrias territoriais, com muitas regiões isoladas e carenciadas, sobretudo no Leste do país, onde, aliás, o partido de Kaczynski tem as maiores votações.




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