Resistência na Unicer
O Sintab/CGTP-IN, o Sinticaba e a Comissão de Trabalhadores da Unicer reuniram-se no dia 9, na sede da União dos Sindicatos de Santarém, e decidiram mobilizar o pessoal de todo o grupo para contestar a intenção de despedimento de 140 pessoas e de encerramento da fábrica de sumos e refrigerantes (ex-Rical).
Num comunicado conjunto, as três estruturas anunciaram a realização de plenários de trabalhadores, em Santarém (ontem) e em Leça do Balio (anteontem), «de forma a avançar com medidas concretas para o combate ao despedimento».
No dia 8, a administração da Unicer anunciou que pretende fechar a unidade industrial em Santarém e realizar um «reajustamento» em Leça, o que no total representará a liquidação de 140 postos de trabalho. Alegou, segundo um comunicado que a agência Lusa citou, uma redução de cerca de 30 por cento do mercado cervejeiro em Angola, mas confirma o compromisso no investimento industrial que tem em curso naquele país. Anunciou ainda que vai recorrer a «um parceiro» para a produção das marcas de refrigerantes.
Os sindicatos e a CT, na informação saída da reunião de dia 9, começam por expressar «grandes preocupações» que o anúncio da administração veio suscitar «a todos os trabalhadores do grupo e aos seus representantes». A intenção de despedimento, afirmam, tem «cariz meramente estratégico, nunca proveniente de possíveis necessidades económicas, tendo até em conta os resultados financeiros propagandeados pela empresa». A administração vem «dar sequência ao processo de reestruturação iniciado em 2012 e que levou ao encerramento da fábrica de cervejas em Santarém e à perda de mais de cem postos de trabalho, processo esse encetado pelo actual ministro da Economia, António Pires de Lima, à data administrador executivo da Unicer».
Esta opção «destaca-se da apregoada responsabilidade social da empresa, uma vez que a proposta avançada pela administração apenas assegura residualmente alguns postos de trabalho e empurra os trabalhadores para situações de trabalho consideravelmente inferiores às actuais ou para postos de trabalho a 300 quilómetros das suas residências».
Na nota de imprensa conjunta, a CT e os sindicatos defendem que, «não estando a ser apresentada uma cessação de participação no mercado de sumos e refrigerantes por parte da Unicer, não existe uma necessidade efectiva de encerrar a fábrica de Santarém nem do despedimento de 70 trabalhadores em Leça do Balio».