Confiar na CDU, claro!
Como é sabido, desde há muito o PCP e a CDU, como portadores de uma prática política de trabalho, honestidade e competência, de seriedade e de verdade na política, portadores de uma alternativa, a política patriótica e de esquerda, como componente indissociável da luta por uma democracia simultaneamente política, económica, social e cultural vinculada aos valores de Abril e da luta pelo socialismo e o comunismo, lutam com confiança por um Portugal com futuro. Confiam no seu projecto e na luta e na força do povo para o concretizar. Usam, portanto, a palavra confiança com a mesma verdade com que desenvolvem a sua acção.
Depois da trapalhada dos cartazes, lembrou-se agora o PS de apelar à confiança dos portugueses em outdoors que espalhou pelo País e onde esta palavra aparece associada quer ao seu dirigente António Costa quer a uma suposta «alternativa» que ninguém consegue enxergar, nem no programa eleitoral e muito menos na prática dos últimos 39 anos (no governo, em minoria ou maioria, ou na «oposição»).
Sendo António Costa há vários anos dirigente, ex-ministro, ex-deputado e ex-autarca do PS, com pesadas responsabilidades no partido e na situação do País, com um programa que se propõe prosseguir o rumo da política de direita em todas as questões estruturantes (dívida, euro, política fiscal, submissão externa, legislação laboral, privatizações, aparelho produtivo, rendimentos dos trabalhadores e reformados, desemprego, funções sociais do Estado) consegue-se perceber que o «tempo de confiança» de que fala e a que apela só pode ser da confiança do grande capital.
Para cúmulo, também o PSD e o CDS falam e apelam à confiança dos portugueses ao afirmarem ou insinuarem que quem fez o que eles dizem ter feito (tirar o País da quase-bancarrota, recuperar a economia, pôr Portugal no bom caminho) só pode merecer a eterna gratidão e confiança dos portugueses. Só não se consegue perceber a razão por que, com tanta confiança, sentiram necessidade de se esconder atrás da nova sigla PAF.
Diz o povo, com razão, que «quem não tem vergonha todo o mundo é seu».
Confiança, sim! Mas com gente séria, com alternativa e compromissos. Com a CDU, claro!