Acções em todo o País

Outra política para a cultura

No dia 9, em Lisboa, cerca de mil pes­soas ma­ni­fes­taram-se, no âm­bito da cam­panha Dias da Cul­tura em Luta, para dizer «basta» à po­lí­tica que há muito des­trói o sector e exigir um outro rumo: o do in­ves­ti­mento e da res­pon­sa­bi­li­zação do Es­tado.

Em tom com­ba­tivo, gri­tando de forma in­ces­sante que «o Go­verno mata a cul­tura» e que, «na Cons­ti­tuição, o apoio à cul­tura é uma obri­gação», os ma­ni­fes­tantes des­fi­laram entre o Largo de Ca­mões e o Cais das Co­lunas, na Praça do Co­mércio, exi­bindo inú­meras pan­cartas e faixas que afir­mavam a «cul­tura em luta», exi­giam «outra po­lí­tica», rei­vin­di­cavam o «di­reito à cul­tura» e ao «tra­balho digno», bem como a ne­ces­si­dade de des­tinar um por cento do pro­duto in­terno bruto a esta área.

Na in­ter­venção final, Pedro Pe­nilo, um dos di­na­mi­za­dores do Ma­ni­festo em De­fesa da Cul­tura, des­tacou a ne­ces­si­dade de travar a «po­lí­tica de des­truição da cul­tura» e de res­pon­sa­bi­lizar aqueles que a pro­mo­veram – «os par­tidos que go­ver­naram o País nas úl­timas dé­cadas» –, e afirmou que há uma «outra po­lí­tica para a cul­tura», as­sente no in­ves­ti­mento e na res­pon­sa­bi­li­zação do Es­tado.

Su­bli­nhou, para além disso, a di­mensão desta «acção de rua, pú­blica, de afir­mação da cul­tura», a pri­meira vez em que «um vasto leque de or­ga­ni­za­ções» se une em torno de um pro­grama de de­fesa da cul­tura al­ter­na­tivo à po­lí­tica ac­tual. De igual forma, des­tacou o apoio cres­cente ao co­mu­ni­cado con­junto da cam­panha Dias da Cul­tura em Luta e o nú­mero cada vez maior de ini­ci­a­tivas neste Junho que pro­mete ser quente.

Na rua

No dia se­guinte à acção, o Grupo de Co­or­de­nação (GC) da cam­panha re­velou, numa nota, que, também no dia 9, um grupo de ac­ti­vistas e ci­da­dãos as­si­nalou, no Fun­chal, o início dos Dias da Cul­tura em Luta e que, em Leiria, a As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Bi­bli­o­te­cá­rios, Ar­qui­vistas e Do­cu­men­ta­listas (BAD) in­ter­veio no 5.º En­contro de Ar­quivos Em­pre­sa­riais.

O GC, que apela à par­ti­ci­pação das pes­soas nas ini­ci­a­tivas que vi­erem a ter lugar até ao final do mês, va­lo­riza estas ac­ções como «um pri­meiro passo», mas com «grande valor po­lí­tico para a luta em de­fesa da cul­tura, da li­ber­dade e da di­ver­si­dade cul­tu­rais e da de­mo­cracia».

Dando sequência à cam­panha, no sá­bado, 13, cen­tenas de pes­soas par­ti­ci­param numa ar­ruada, em Al­mada, entre a Aca­demia e o Cine In­crível, onde teve lugar a Festa da Cul­tura. No mesmo dia, em Coimbra, grupos de te­atro e de mú­sica re­a­li­zaram in­ter­ven­ções de rua e di­vul­garam o co­mu­ni­cado con­junto, entre a Praça 8 de Maio e a Por­tagem. Para Évora também está pro­gra­mada uma acção de rua com grupos de te­atro e de mú­sica, mas ainda sem data mar­cada, re­velou a or­ga­ni­zação.

Po­lí­tica al­ter­na­tiva

Os mais de 60 subs­cri­tores do co­mu­ni­cado dos Dias da Cul­tura em Luta con­si­deram os su­ces­sivos go­vernos das úl­timas dé­cadas res­pon­sá­veis pela «si­tu­ação de pro­lon­gada crise da ac­ti­vi­dade cul­tural e do te­cido so­cial que a di­na­miza». Entre as op­ções to­madas, re­ferem: o «des­prezo pelo papel vital da cul­tura»; o «gros­seiro sub­fi­nan­ci­a­mento» das fun­ções cul­tu­rais do Es­tado; a «aguda mer­can­ti­li­zação e pri­va­ti­zação de bens e fun­ções pú­blicos»; o «ataque à dig­ni­dade» do tra­balho dos pro­fis­si­o­nais da cul­tura; o «in­cum­pri­mento da Cons­ti­tuição».

Face a este ce­nário de des­truição, os subs­cri­tores de­fendem que as «forças da cul­tura devem dar um sinal forte e claro de exi­gência de outra po­lí­tica para a cul­tura», que passa, no­me­a­da­mente, pela atri­buição de um por cento do PIB à cul­tura: «valor digno que as­se­gura, em sede de or­ça­mento, con­di­ções para a li­ber­dade e a di­ver­si­dade cul­tu­rais», lê-se no do­cu­mento.




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