Desenvolvimento e progresso
As próximas eleições legislativas constituem um momento da maior importância na luta pela ruptura com a política de direita e pela concretização de uma inadiável viragem na vida nacional, afirmou Jerónimo de Sousa, anteontem, na apresentação do primeiro candidato e actual deputado pelo círculo eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes.
Portugal atravessa um dos períodos mais difíceis da sua história
No Auditório do Ninho de Novas Iniciativas Empresariais – Mercado do Livramento, em Setúbal, o Secretário-geral do PCP começou por salientar que nas próximas eleições haverá «dois caminhos»: «insistir no velho e ruinoso trajecto da política de direita percorrido pelos governos do PS, PSD e CDS, que conduziram o País à crise, aos PEC, ao pacto de agressão e ao empobrecimento dos portugueses e que, no fundamental, pretendem continuar» ou «abrir a passagem para um caminho novo, com uma política patriótica e de esquerda, com a força do povo, com a CDU, com a convergência dos democratas e patriotas e, finalmente, assegurar um Portugal desenvolvido, solidário, de justiça e de progresso».
«Portugal não encontrará resposta para os graves problemas do declínio económico, retrocesso social, regressão da cultura e de degradação da democracia com as repisadas receitas dos sucessivos governos dos últimos anos», assegurou Jerónimo de Sousa, antevendo, nos próximos meses, um exigente programa de trabalho, pois «vai ser preciso chegar a todo o lado, saber ouvir, insistir e insistir sempre na suprema utilidade do reforço e do voto na CDU».
Desenvolvimento regional
Francisco Lopes defendeu, como primeiro candidato da Coligação PCP-PEV pelo distrito de Setúbal, «uma estratégia de desenvolvimento regional» que inscreva, entre outros objectivos, uma «redistribuição de rendimentos favorável aos trabalhadores e à maioria da população, com aumentos reais dos salários, das reformas e pensões», a «criação de postos de trabalho estáveis e com direitos», o «reforço da rede de Ensino Superior público, das áreas de investigação e do desenvolvimento; do desenvolvimento de uma rede pública de creches, a expansão do sistema educativo público pré-escolar; do apoio à cultura; da defesa do Serviço Nacional de Saúde, designadamente com o reforço dos cuidados de saúde primários, o reforço de profissionais e a garantia de valências nos hospitais Garcia de Orta, Barreiro, Setúbal e Litoral Alentejano e a construção do hospital no concelho do Seixal e o do Montijo/Alcochete» e a «melhoria e desenvolvimento dos transportes públicos».
Importante será também, segundo o candidato, a «criação do sistema intermunicipal de captação e abastecimento de água em alto dos municípios da Península de Setúbal, com um modelo de gestão constituído na esfera do Poder Local Democrático», a «adopção de medidas de valorização e defesa do património natural» e o «investimento no aumento da capacidade produtiva na indústria, na agricultura e nas pescas e no apoio ao desenvolvimento do sector turístico».
Também a «construção da terceira travessia do Tejo rodo-ferroviária Barreiro-Lisboa; do novo aeroporto de Lisboa na área do campo de tiro de Alcochete; a defesa e modernização do pólo ferroviário do Barreiro; o alargamento da rede do Metro Sul do Tejo; o desenvolvimento da actividade portuária, nomeadamente em Setúbal, no Barreiro e em Sines; a concretização do projecto do Arco Ribeirinho Sul; a melhoria da acessibilidade rodoviária aos principais centros urbanos, a concretização do IP8; a construção do Pólo Logístico do Poceirão, com ligação às redes ferroviárias nacional e internacional; a modernização da ligação ferroviária de Sines; a garantia do Arsenal do Alfeite como componente essencial e indissociável da Marinha Portuguesa e do seu papel de defesa da soberania nacional» são fundamentais.
«Adiantando a ideia de uma estratégia integrada de desenvolvimento assente na produção nacional, na criação de emprego, na valorização do trabalho e dos trabalhadores, na melhoria dos salários e pensões, nos apoios às crianças e aos jovens, na defesa dos serviços públicos, que contém no âmbito dos sectores produtivos e das infra-estruturas projectos de diferente dimensão, incluindo grandes projectos essenciais ao desenvolvimento da região e do País, consideramos a disponibilidade dos recursos, a necessidade de definição de prioridades e do adequado planeamento da sua concretização», sublinhou Francisco Lopes.