Defender o sector leiteiro
Jerónimo de Sousa esteve nos Açores, nos dias 13, 14 e 15, e encontrou-se com militantes comunistas, activistas da CDU e instituições locais para discutir os problemas da região e divulgar as propostas do PCP.
O fim das quotas leiteiras tem um impacto brutal no sector
Na segunda-feira, o Secretário-geral do PCP, acompanhado, entres outros, por Jorge Cordeiro, membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central do PCP, e Aníbal Pires, primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral dos Açores, visitou a Associação Agrícola de São Miguel, na Ribeira Grande, onde se reuniu com o presidente e outros representantes da instituição.
No encontro, as duas delegações sublinharam a importância das propostas e iniciativas apresentadas pelo PCP em defesa da produção nacional e da região, na Assembleia Legislativa Regional, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, não tendo sido esquecido, a este propósito, o posicionamento contraditório de PS, PSD e CDS-PP, que votam favoravelmente medidas lesivas para a região, depois de nela se comprometerem a defendê-la.
Jerónimo de Sousa chamou a atenção para o grave impacto que o fim das quotas leiteiras nos países da União Europeia está a ter em Portugal e, em particular, nos Açores, onde se concentram 2500 dos 7000 produtores nacionais e onde o sector tem um peso superior a 50 por cento no todo da economia.
Em virtude do boicote à Rússia, o mercado europeu possui, neste momento, excedentes de leite e está a ser inundado por lacticínios dos países do Norte, que têm mais apoios e tecnologia, referiu o dirigente comunista, sublinhando a necessidade de muito «batalhar para defender o nosso sector leiteiro», bem como a importância de reforçar as verbas atribuídas aos Açores no âmbito do POSEI, programa europeu específico para as regiões ultraperiféricas.
Considerando que, ao nível da produção e da comercialização, deve haver «medidas de salvaguarda à produção» e mais apoios ao «produto nacional», o Secretário-geral do PCP defendeu mudanças na carga fiscal e nos descontos para a Segurança Social que, neste momento, são exigidos aos jovens agricultores e exigiu maiores apoios a Bruxelas para o transporte nos Açores, uma vez que a insularidade e a distância a que se encontram os mercados encarecem os lacticínios da região.
Derrotar a política de direita
No Faial, num almoço-convívio com militantes e activistas da CDU, Jerónimo de Sousa informou que há quatro anos os Açores apresentavam uma das mais baixas taxas de desemprego do País e que hoje, depois da governação da coligação PSD/CDS, tem uma das taxas mais altas. Também por isso, nas próximas eleições, «é preciso que os açorianos contribuam para derrotar este Governo», assim como a política de direita prosseguida pelo PS, que foi «quem convocou a troika» e «subscreveu em primeiro lugar» o «pacto de agressão» com os credores estrangeiros, que depois «a direita concretizou».
Aníbal Pires, primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral dos Açores, salientou, de igual forma, a importância das eleições para a Assembleia da República (AR), onde muitas das questões essenciais para o povo açoriano são decididas. «É necessário inverter o rumo de desastre nacional e dar mais força às soluções de que o País e os Açores precisam», disse.
Na Terceira, o Secretário-geral do PCP voltou a lembrar que não haverá nenhum voto perdido na Coligação PCP-PEV, pois, «quanto mais força tiver a CDU, mais próxima está a política alternativa que defendemos».