Incompreensível recondução
«Verdadeiramente incompreensível», assim classificou o PCP a decisão do Governo de propor a recondução por mais cinco anos do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
Esta posição foi veiculada pelo deputado comunista Paulo Sá, dia 27, depois de o Conselho de Ministros ter decidido enviar à Assembleia da República uma proposta no sentido da recondução do actual governador.
Paulo Sá invocou as conclusões da comissão parlamentar de inquérito «sobre as responsabilidades» de Carlos Costa no falhanço da supervisão no caso Banco Espírito Santo/Grupo Espírito Santo (BES/GES) para justificar a estranheza da sua bancada por esta decisão do Executivo.
«Para o PCP, no entanto, a questão de fundo não são os nomes, mas o próprio sistema de supervisão que se encontra capturado pelo sistema financeiro, razão pela qual não pode cumprir a sua missão», observou, antes de lembrar os «muitos milhões de euros» que os portugueses foram chamados a pagar pelos desmandos da banca privada.
Neste capítulo, do seu ponto de vista, o País enfrenta «um problema muito sério que não se resolve com uns pozinhos de supervisão, mas com o controlo público da banca».