Discute-se greve na Petrogal
Em plenários hoje, em Lisboa e em Sines, e no dia 30, no Porto, os trabalhadores da Petrogal vão discutir e votar a realização de uma greve, em Maio, pela defesa do Acordo Autónomo em vigor na petrolífera, por aumentos salariais justos e pela melhoria das condições de vida e de trabalho.
A possibilidade de endurecimento da luta foi afirmada no dia 16, frente à sede do Grupo Galp Energia, por uma delegação de representantes dos trabalhadores da Petrogal, da Lisboagás e de outras empresas, que ali esteve reunida, enquanto no interior do edifício decorria a assembleia-geral de accionistas, para aprovar uma distribuição de dividendos que foi considerada escandalosa.
Os dirigentes e delegados dos sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN (SITE Norte e SITE Sul), do Sicop e de comissões de trabalhadores, aos quais se juntaram Rogério Silva, coordenador da federação, e Armando Farias, a representar a Comissão Executiva da CGTP-IN – entregaram à administração um abaixo-assinado, com centenas de assinaturas, condenando a política de aumento de 20 por cento ao ano na distribuição de dividendos aos accionistas, que passou de 20 cêntimos por acção, nos resultados de 2011, para 35 cêntimos nas contas de 2014, representando mais de 890 milhões de euros nestes quatro anos. No mesmo período, foram impostos aos trabalhadores cortes salariais de cerca de oito por cento.
«Imagine-se se, por um louco devaneio, os trabalhadores da Petrogal tivessem aumentos de 20 por cento ao ano» – comentou a Comissão Central de Trabalhadores, criticando a forma como este crescimento dos dividendos foi noticiado «tranquilamente e sem ondas».