Fiéis à política da troika
A reter deste debate fica entretanto a confirmação de que o Governo «não só não tem como não quer ter uma política alternativa à política dos PEC e da troika», que é essa a política por si assumida e que deseja ver continuada. «A política de dois pesos e duas medidas com que penalizou os trabalhadores e o povo em benefício dos grandes interesses económicos e financeiros», como a caracterizou o líder parlamentar do PCP.
E que explica, de resto, do seu ponto de vista, a ausência absoluta no debate de qualquer referência por parte do Governo a grandes questões como a da devolução dos salários e pensões cortados nos últimos cinco anos, ou quanto à necessidade de «produzir mais para dever menos». Tal como nada se lhe ouviu sobre a urgência de estabelecer regras de maior equidade na distribuição da riqueza ou quanto a um «programa de investimento público que modernize o País e a sua estrutura produtiva e científica», dotando-o de «equipamentos, infra-estruturas, redes de transportes e comunicações» que respondam aos problemas actuais e que o «preparem para os desafios do futuro».
«Alguém ouviu neste debate o Governo reconhecer que é necessário preparar o futuro investindo na educação, na saúde, na segurança social, na cultura», perguntou ainda João Oliveira, concluindo que ninguém ouviu nada disso pela razão simples de que «não é esse o plano a que aquele quer amarrar o País», isto é, o plano da «continuação da política da troika».