Combate ao cancro da pele
O Parlamento aprovou por unanimidade, na passada sexta-feira, 20, um projecto de resolução do PCP onde se recomenda ao Governo o reforço da intervenção dos cuidados de saúde primários no combate ao cancro da pele. Idêntica iniciativa da maioria PSD/CDS-PP obteve igual apoio da Câmara.
Urge melhorar a articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares
Na óptica da bancada comunista, a abordagem desta problemática não pode ser dissociada de outras questões mais gerais relacionadas com as doenças oncológicas, como o diagnóstico tardio, os elevados tempos de espera para consultas e cirurgias, as dificuldades no acesso a medicamentos, exames e tratamentos.
Daí que o combate às doenças oncológicas, em particular no cancro da pele, como sublinhou no debate a deputada comunista Paula Santos, passe necessariamente pela «prevenção, pelo diagnóstico precoce, pelo tratamento e seu seguimento».
Prevenção cuja importância foi por si muito realçada, tal como a necessidade de alterar comportamentos da população, tendo em conta o papel que ambos os aspectos assumem para evitar muitas doenças que causam hoje grande sofrimento a milhares e milhares de portugueses.
Ora é nesse sentido que vai o projecto de resolução do PCP ao propor um conjunto de medidas concretas, dirigidas especificamente à prevenção e também ao tratamento, sobretudo no plano da sua agilização e aceleração.
Propostas são, concretamente, campanhas de sensibilização nas escolas, nos locais de trabalho e de lazer sobre os riscos da exposição à radiação ultra-violeta. De grande alcance é também a proposta para que os médicos de família, através de formação, estejam mais despertos e sensíveis para esta doença, a par de uma melhor articulação entre as unidades de cuidados de saúde primários e as unidades hospitalares, com vista a reduzir os tempos de espera para as consultas de dermatologia e, consequentemente, para os correspondentes tratamentos em tempo útil. Outra medida preconizada pelo PCP é a regulamentação dos solários no sentido de garantir o seu uso de forma salutogénica.
Destaque ainda para a proposta de realização da análise epidemológica sobre a evolução das doenças, a cargo da Direcção-geral de Saúde, com adopção de programas nacionais.
Sobre a iniciativa legislativa dos partidos da maioria, Paula Santos não deixou de estranhar que seja agora, em final de mandato, que a mesma tem lugar, quando nunca antes houve da sua parte qualquer sugestão de medidas ou exigência quanto ao reforço de meios humanos, técnicos e financeiros, nomeadamente quanto ao programa nacional das doenças oncológicas, ou quanto ao «financiamento na área da prevenção e promoção da saúde, que continua a ser muito exíguo e deficitário».