Jantar-comício de arranque da campanha eleitoral

CDU a crescer na Madeira

A Coligação Democrática Unitária está à beira de eleger um grupo parlamentar como ainda não tinha tido no Parlamento Regional, revelou Edgar Silva num jantar-comício com cerca de 800 pessoas. Jerónimo de Sousa sublinhou, por seu lado, que a 29 de Março é chegado «o momento de dizer Basta!, de cada um fazer ouvir a sua voz e a sua razão, e afirmar, com o seu voto na CDU, essa esperança que queremos ver concretizada».

O PCP-PEV pode vir a alcançar, no domingo 29, um resultado histórico

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Na primeira intervenção realizada numa iniciativa que superou as melhores expectativas – a aceitação de inscrições encerrou dias antes devido à incapacidade da Estalagem da Encumeada, no Funchal, acolher todos os que quiseram estar presentes –, o cabeça-de-lista da CDU à Assembleia Legislativa Regional sustentou, justamente, que a grande mobilização registada naquele arranque da campanha eleitoral é um indicador seguro de que o PCP-PEV pode vir a alcançar, no domingo 29, um resultado histórico.

Edgar Silva referiu, no entanto, outros bons auspícios que auguram o aumento do número de mandatos da CDU no parlamento madeirense, nomeadamente as mais recentes sondagens que o confirmam mostrando, para mais, a perda de maioria absoluta do PSD.

Razão para ter confiança mas não para descansar, aludiu, em seguida, Edgar Silva, para quem a perspectiva de reforço da Coligação deve constituir um estímulo acrescido à mobilização, esclarecimento e intervenção de candidatos e activistas nesta recta final.

Até ao dia 29 de Março, importa, por isso, não dar tréguas e insistir na necessidade de votar na CDU, a única força política que o PSD realmente teme porque é a mais consequente, persistente e combativa na resistência à política de direita, realçou.

Outra ideia-força deixada por Edgar Silva no jantar-comício ocorrido sexta-feira, 13, é a necessidade de explicar a todos quantos for possível (e ainda se está a tempo de contactar muita gente) como se vota na CDU. Que ninguém se engane na hora de escolher o PCP-PEV, que no boletim de voto aparece em 9.º lugar, ou no quarto a contar do fim, se preferirmos.

É que só escolhendo a foice e o martelo com o girassol ao lado se vota na CDU, concluiu.

Votar sem enganos

A importância de escolher correctamente a sigla do PCP-PEV no boletim de voto foi igualmente salientada pelo Secretário-geral do PCP, que encerrou a iniciativa de arranque da campanha eleitoral.

«Sabemos bem que chegada a hora das eleições, aí estão todos os outros – uns que nunca por cá se viram, ou tendo-os visto é como se não tivessem por cá estado (tão pouco foi o que fizeram em defesa do povo) –, a vender ilusões, a fazer umas tropelias para ganhar uns quantos votos, ou até a concorrer só para porem no boletim de voto um símbolo parecido com o do PCP,», lembrou Jerónimo de Sousa.

Enganos que o dirigente comunista confia que desta feita não terão sucesso, pois «a situação na Região da Madeira, a degradação das condições de vida do povo, os problemas que os trabalhadores enfrentam, não deixam tempo para se brincar com o voto. A situação é séria demais para que cada um desperdice o seu voto», afirmou.

Frisando a importância «destas eleições e do que elas podem representar na luta pela ruptura com a política que arrastou a Região para a situação de desastre social e económico que hoje se conhece», Jerónimo de Sousa acusou o PSD-Madeira de ser o principal executor da política de «exploração, desemprego, pobreza e crescentes injustiças», mas nem por isso ilibou de responsabilidades o PS e o CDS.

«Bem pode o PSD-Madeira fingir que, por ter mudado de líder, não tem nada a ver com o que se passou, fingir até que não tem nada a ver com Passos Coelho e o Governo PSD/CDS. Bem pode o CDS, aqui na região, continuar a fingir que não tem nada a ver com o Governo do PSD/CDS que tem arruinado a vida dos portugueses e afundado o País, ou PS e CDS continuarem a alimentar aquela conhecida farsa de dizer cá uma coisa e fazer na AR exactamente o contrário», acrescentou o Secretário-geral do Partido, antes de sintetizar: «bem pode cada um, ou todos por junto, virem agora prometer o oposto do que fizeram para ver se voltam a enganar o povo, que não alteram nem iludem o que a realidade mostra».

Força à alternativa

Da constatação dos factos, decorre que «com inteira verdade se pode dizer que o PCP e a CDU são uma força necessária e insubstituível para romper com a política de direita e para abrir caminho a uma política alternativa patriótica e de esquerda.

«Uma força em quem os trabalhadores e o povo sabem que podem confiar; com soluções e respostas para os problemas do País e da região; com provas dadas e que nunca falta quando é hora de defender direitos e combater injustiças. Uma força capaz de assumir todas as responsabilidade que o povo lhe queira atribuir», continuou o Secretário-geral do PCP, para quem «está nas mãos dos trabalhadores e do povo dar força, com o seu apoio ao PCP e o seu voto na CDU, à exigência de uma política que lhes devolva o direito à plena realização das suas vidas, que promova a melhoria das suas condições de vida e que faça a afirmação do seu direito soberano de decidir de acordo com os seus interesses e aspirações».

«Aos trabalhadores e ao povo dizemos: podem confiar no PCP e na CDU», disse, insistindo, em seguida, que confiando na CDU, está mais próxima a concretização da política alternativa, é dada coerência à luta desenvolvida pelos trabalhadores e pelo povo da região e assegurada a intervenção e combate a tudo o que lhes seja prejudicial, quer na rua quer na Assembleia Legislativa Regional; é garantido que o seu voto será em quem sempre estará «ao seu lado, em defesa dos seus interesses, à porta das empresas nos bairros a dar voz às suas aspirações».


Defender os serviço públicos

Dando sequência aos apelos para o reforço da intervenção da CDU nesta recta final da campanha, proferidos no jantar-comício de sexta-feira, 13, no Funchal, a candidatura da CDU dedicou o dia de segunda-feira, 16, a acções de campanha em defesa dos serviços públicos.

Nas iniciativas que contaram com a participação do deputado do Partido Ecologista «Os Verdes» à Assembleia da República, José Luís Ferreira, e que incluíram reuniões de trabalho com diversas entidades, entre as quais o SNTCT – Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, o Comando Regional da Polícia de Segurança Pública, a Comissão de Trabalhadores da empresa Horários do Funchal, o STRAMM – Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira e o SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, estiveram em destaque a importância dos serviços públicos para a população e para o desenvolvimento económico da Madeira, e lembrou-se que não existem diferenças entre privatizar ou concessionar por largos anos empresas e sectores estratégicos à vida da comunidade. Por impedimento da Horários do Funchal, a comissão de trabalhadores da ainda empresa pública não pode receber a CDU, que reiteradamente se tem manifestado contra a sua entrega à exploração privada.

Na tribuna pública promovida ao final da tarde frente à sede da Empresa de Electricidade da Madeira, no Funchal, Edgar Silva e José Luís Ferreira insistiram, por isso, que não basta mudar as personalidades que executam a mesma política, lembrando a necessidade de mudar efectivamente de política.




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