CDU exige contas e remunicipalização
Custos superiores ao previsto e degradação do serviço sustentam a exigência da CDU de realização de uma auditoria interna à privatização de parte da higiene urbana na cidade do Porto, bem como o seu regresso à esfera municipal, defenderam Pedro Carvalho, Honório Novo e Belmiro Magalhães em conferência de imprensa na quarta-feira, 12. Os eleitos da CDU e dirigentes do PCP pretendem que o executivo liderado por Rui Moreira distribua «informação rigorosa e actualizada sobre os prazos, custos e detalhes dos serviços prestados no âmbito das concessões da recolha do lixo e limpeza pública em vigor». Exigem, ainda, o agendamento de uma discussão nos órgãos municipais até ao final de Abril. Isto porque «os montantes orçamentados para 2014 e 2015, e o previsto para 2016» mostram uma despesa total da concessão na ordem dos 71,7 milhões de euros, «ou seja, mais 26,1 milhões de euros e 57,2 por cento do que o previsto». As discrepâncias observadas «entre os valores da proposta base, da adjudicação e aqueles que efectivamente foram pagos» tornam pertinente a realização do escrutino contabilístico, sublinharam. Além do mais, o facto de entre 2009 e 2013 ter sido gasto «o total previsto para os oito anos da concessão» retiram ao executivo camarário base para, no futuro, «manter ou até alargar a privatização». Ao invés, defenderam, o que se impõe face ao evidente «esbanjamento de largos milhões de euros» é a remunicipalização dos serviços. Na ocasião, os eleitos da CDU recordaram que a concessão realizada em 2008 para cerca de metade do serviço de higiene urbana portuense foi concretizada a pretexto da «poupança de verbas e da excelência de qualidade dos serviços que as empresas privadas iriam prestar». Ora se em relação ao primeiro aspecto fica demonstrado que o objectivo não foi alcançado, quanto ao segundo a realidade também desmente a justificação invocada há seis anos, uma vez que «desde então tem sido notória uma quebra na qualidade da limpeza».