Escola boa é pública
Milhares de estudantes saíram à rua, dia 12, em 30 cidades de Itália, em protesto contra a reforma educativa que o governo de Renzi apelidou de «La Buona Scuola» (a boa escola).
Reforma de Renzi destrói ensino público
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, promete «revolucionar» o sistema de ensino do país, alegando que pretende criar o que diz ser a «boa escola» para todos.
Porém, por trás da retórica, as alterações que o governo se prepara para introduzir levantaram polémica e uma vaga de contestação estudantil.
A receita é conhecida: participação do sector privado no sistema de ensino, obrigar as escolas a disputar entre si investimentos privados, aumentar o tempo de funcionamento dos estabelecimentos, relacionar salários com desempenho e transformar os alunos em aprendizes não pagos de determinadas profissões.
Ao mesmo tempo, Renzi quer incentivar o recurso ao ensino privado, concedendo um benefício fiscal de quatro mil euros para esse fim.
Ora, os estudantes não aceitam esta «Buona Scuola» e demonstraram-no saindo às ruas para exigir uma escola pública para todos, independente dos interesses privados das empresas.
Exigem também a contratação definitiva de centenas de milhares de professores precários e a diminuição do número de alunos por turma.
Durante os protestos, alguns jovens lembraram que as mobilizações contra a reforma começaram no Outono passado e que desde então nunca foram ouvidos.
Segundo declarações recolhidas pela AFP, o movimento estudantil quer uma escola para todas as classes sociais, acessível a todos os estudantes, independentemente dos seus rendimentos.
Em Roma, Milão, Turim, Lecce e Pisa realizaram-se os maiores protestos.
Na capital, o desfile foi encabeçado por uma faixa em que se lia: «Uma geração que não se rende».
A Itália destina para a Educação apenas 4,9 por cento do Produto Interno Bruto, abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.