Em resposta às exigências de transparência sobre as negociações do tratado de livre comércio com os EUA (TTIP), o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e a comissária do Comércio, Cecilia Malmström, prometeram disponibilizar uma parte dos documentos das negociações a todos os deputados do Parlamento Europeu.

Todavia, as condições impostas apenas vêm reforçar a ideia de secretismo que envolve o TTIP desde o início.

Segundo revelou, dia 11, o jornal digital publico.es, os deputados têm de indicar exactamente quais os documentos a que pretendem aceder. A consulta tem de ser efectuada numa sala de leitura sob vigilância durante um período máximo de duas horas.

Os deputados não podem revelar uma só palavra dos documentos, sob pena de sanções administrativas ou de processos-crime. Têm de deixar no exterior todos os aparelhos electrónicos, relógios e até mesmo esferográficas, pois só em certos casos lhes é permitido tomar notas.

Apesar de todas estas restrições, que na prática inviabilizam o uso da informação por parte dos deputados, os documentos disponibilizados são os menos «confidenciais».

Classificados em quatro níveis de confidencialidade, apenas os documentos sobre o TTIP com o nível 4, o mais baixo, poderão ser acedidos pelos deputados. Por outras palavras, a parte mais importante da documentação continua totalmente inacessível.