Com a Revolução bolivariana!

Pedro Guerreiro

Um claro reconhecimento pelos EUA da sua ingerência

Como tem sido sublinhado, seria um erro minimizar o significado e alcance do anúncio de Obama de que a Venezuela representa uma «ameaça inusual e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos».

A grave declaração de Obama não pode deixar de ser entendida como um claro reconhecimento pelos EUA da sua ingerência na situação da República Bolivariana da Venezuela e como um prenúncio de novos e mais perigosos desenvolvimentos desta. Uma declaração que é um aviso a todos aqueles que se equivocam quanto à natureza e intenções do imperialismo e sua ambição de recuperar o domínio sobre o que denomina ser o seu «pátio das traseiras», isto é, a América Latina.

Mas a declaração e as novas sanções agora tornadas públicas pelos EUA representam igualmente um notório sinal das dificuldades que está a enfrentar na concretização dos seus planos golpistas contra a Revolução bolivariana, o governo venezuelano e o seu presidente, Nicolás Maduro.

Dificuldades que resultam da resistência, mobilização e determinação dos trabalhadores e povo venezuelanos, das forças revolucionárias e patrióticas, das forças armadas venezuelanas, do governo e presidente da Venezuela face às sucessivas intentonas golpistas, às amplas manobras de desestabilização económica e política, à ingerência imperialista.

O que faz mover Washington é que as forças anti-democráticas, incluindo a extrema-direita e paramilitar fascista, e os seus actos conspirativos e criminosos na Venezuela não ficam impunes, perante as medidas de defesa da soberania e da integridade da República Bolivariana da Venezuela levadas a cabo pelas legítimas autoridades deste País.

O que dói a Washington é que o povo e o Governo venezuelano se defendam perante a guerra económica, a sistemática mentira mediática, a violência e a destruição, os actos terroristas, as acções anti-democráticas e golpistas, o desrespeito e violação de direitos, liberdades e garantias democráticas.

As declarações de Obama representam não só uma ameaça directa à Venezuela, como a todos os países e povos que na América Latina e nas Caraíbas afirmam e defendem a sua soberania e independência nacional, o seu direito a decidir do seu futuro e a optar por caminhos de desenvolvimento e cooperação libertos do domínio do imperialismo norte-americano. Alternativas de afirmação de desenvolvimento e cooperação soberana, solidária, socialmente orientada e equitativa às quais a República Bolivariana da Venezuela e Cuba socialista dão um determinante contributo.

À Revolução bolivariana apresentam-se gigantescos desafios. Tal como aconteceu com a eleição do Presidente Hugo Chávez, em 1998, e ao longo dos últimos 16 anos, é na determinação dos trabalhadores e povo venezuelano, na unidade e firmeza das forças revolucionárias e patrióticas – reunidas no Grande Pólo Patriótico – e no aprofundamento da aliança cívico-militar que assentará a derrota dos planos e acção do imperialismo, o ultrapassar de dificuldades, problemas e insuficiências, a defesa das conquistas e realizações alcançadas pela Revolução bolivariana e seu aprofundamento.

Este é um momento em que é imperiosa a inequívoca denúncia e condenação dos planos e ingerência imperialista dos EUA e seus aliados na República Bolivariana da Venezuela e a expressão da solidariedade com o povo e a Revolução bolivariana, com as forças revolucionárias e patrióticas venezuelanas, com o governo bolivariano e o seu presidente, Nicolás Maduro.

A solidariedade dos comunistas, dos trabalhadores e do povo português não faltará!




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