O que sabia o Governo?
A relação de amizade de Passos Coelho com o presidente do BES Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, foi entretanto, objecto de um pedido de esclarecimento do Grupo Parlamentar do PCP .
A pergunta integra um conjunto de questões entregue na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) a personalidades como o primeiro-ministro, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, o antigo comissário europeu Joaquin Almunia e aos representantes da troika em Portugal, entre outros.
«José Maria Ricciardi disse em público, depois de ser interpelado pela comunicação social sobre o porquê de ter jantado na sua mesa no Fórum Empresarial do Algarve, em 06 de Outubro de 2014, que era seu amigo pessoal. Este seu amigo nunca lhe falou na situação que se vivia no Grupo, quando já por várias vezes afirmou ter entrado em confronto com Ricardo Salgado, muito antes da resolução do BES?», inquirem os deputados comunistas no naipe de perguntas dirigida ao primeiro-ministro.
«Qual a sua relação com José Maria Ricciardi, membro de um dos cinco ramos da família, com fortes responsabilidades na gestão do Grupo e em particular do BES?», interrogam ainda os parlamentares comunistas que integram a comissão de inquérito, Miguel Tiago, Bruno Dias e Paulo Sá.
Para o PCP é igualmente importante que Passos Coelho explique por escrito a partir de que momento tiveram início os «contactos, formais ou informais, com membros do Governo sobre a situação do BES» e do ramo não financeiro do grupo.
«É verdade que foi contactado por Ricardo Salgado, que este lhe leu uma carta e que o primeiro-ministro a devolveu? Qual era o conteúdo da mensagem?», indagam os deputados do PCP.
A Mario Draghi, presidente do BCE, os parlamentares comunistas perguntam quando é que teve conhecimento da situação que se vivia no «BES em particular e no GES em geral» e se o representante do BCE na troika, antes desta sair de Portugal, «transmitiu a situação que se vivia no terceiro maior banco português».