Acordo condicionado
Após três semanas de pressões e chantagens, os ministros das Finanças da zona euro acordaram conceder à Grécia a extensão do programa de assistência por quatro meses.
A lista é uma indicação das reformas
O acordo, obtido na sexta-feira, 20, foi no entanto condicionado à apresentação de uma lista de reformas sujeita a avaliação e aprovação do Eurogrupo.
Esta lista foi enviada pelo governo grego na segunda-feira, 23, às instituições europeias.
Numa primeira reacção ao documento enviado por Atenas, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que as medidas apresentadas constituem um «primeiro passo» e que será necessário tempo para afinar os «detalhes» para a sua implementação.
Dijsselbloem disse ainda que a lista é uma indicação do tipo de reformas que a Grécia gostaria de eliminar, substituir ou manter.
Segundo a Lusa, que cita fontes das autoridades helénicas, a lista de reformas entregue a Bruxelas inclui, entre outras, o combate à evasão fiscal, à corrupção e ao contrabando de gasolina e de cigarros e uma reorganização da função pública grega.
A Prensa Latina, por seu lado, informa que o pacote de medidas prevê a revisão do plano de privatizações que ainda não foi implementado, mantém o compromisso de aumentar o salário mínimo, compromete-se a reformar a segurança social, a não reverter nenhuma das privatizações já concretizadas, a conter os gastos em todas as áreas da administração pública e a melhorar a eficiência nos sectores da educação, defesa, transporte, administração ou prestações sociais.
O documento incluirá ainda, de acordo com a mesma fonte, as linhas gerais de um plano para proporcionar o acesso à alimentação, saneamento, habitação e energia à população mais carenciada.
A lista das reformas foi examinada anteontem à tarde pelo Eurogrupo durante uma teleconferência, após ter sido analisada durante a manhã pelas instituições credoras (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
Uma vez aprovado o plano, como tudo levava a crer no fecho desta edição, as autoridades gregas terão até ao fim de Abril para finalizar esse 'roteiro', e receberão uma transferência de 3,5 mil milhões de euros.
O prolongamento até Junho da assistência financeira à Grécia terá de ser aprovado pelo parlamento de alguns países, como é o caso da Alemanha, Finlândia, Holanda e Estónia.
O parlamento alemão já agendou para amanhã, 27, a discussão e votação desse prolongamento. A moção será apresentada pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que esta segunda-feira, informa a Lusa, escreveu aos deputados alemães pedindo-lhes que votem a favor da extensão do programa de assistência à Grécia.