Pobreza na Alemanha
Mais de 12,5 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza na Alemanha, segundo um relatório, divulgado dia 19, por uma associação de assistência social.
«Desde 2006 que se observa claramente uma tendência perigosa de aumento da pobreza», declarou Ulrich Schneider, director-geral da organização Bem-Estar Social (Paritätischer Wohlfahrtsverband).
O estudo mostra que desde aquele ano o número de pobres na Alemanha aumentou 11 por cento.
«A pobreza na Alemanha nunca foi tão grande e nem a desigualdade regional tão severa», salientou o responsável, que considera «simplesmente falsos» os dados oficiais que mostram uma diminuição do fosso entre pobres e ricos.
Na realidade, se a pobreza aumentou em todo o território, as diferenças entre regiões mais ricas e as mais pobres aumentaram de 18 por cento em 2006 para 25 por cento actualmente.
Os estados mais afetados pela pobreza são Bremen, Berlim e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. No outro extremo, estão Baden-Württemberg e a Baviera, os estados mais ricos, segundo o PIB por habitante.
Saxónia-Anhalt e Brandemburgo foram as únicas regiões em que se verificou um leve declínio nos índices de pobreza.
A associação alerta que as mães solteiras estão particularmente expostas à pobreza, com uma taxa de 40 por cento. Mas também os pensionistas sofrem os efeitos dos cortes sociais. O número de pobres neste grupo da população aumentou 48 por cento desde 2006.
Por outro lado, os autores do estudo observam que a diminuição oficial do desemprego não tem impedido o alastramento da pobreza.
Mesmo se a instauração do salário mínimo nacional, no valor de 8,5 euros/hora é vista como um «sinal positivo», a associação afirma que tal não irá alterar o estado de coisas, uma vez que os pobres continuarão a depender dos «mini-jobs» e da assistência social.
Também a iniciativa do Ministério do Emprego de subvencionar postos de trabalho para desempregados de longa duração não terá os efeitos necessários, dada a sua abrangência limitada.