Greve nos centros de contacto da PT

Luta corajosa que continua

Os trabalhadores dos centros de contacto da PT pararam anteontem durante uma hora em protesto contra os despedimentos e a precariedade.

A greve nos centros de contacto revela coragem e determinação

Num comunicado emitido no próprio dia 3 pelo seu Gabinete de Imprensa, o PCP saudou a luta dos trabalhadores que «de forma corajosa e enfrentando fortes pressões, assumiu a forma de greve». O Partido lembra que desde Dezembro passado a PT está a despedir centenas de trabalhadores dos seus centros de contacto, dos quais 170 dos que desempenhavam funções para a Oi foram já despedidos.

Mas não é tudo, pois são «vários os serviços de apoio ao cliente, avarias, backoffice, entre outros, de vários centros de contacto da PT, que estão a reduzir o número de trabalhadores ou a substituí-los por outros». Esta situação, garante o PCP, só é possível pela «extrema precariedade» a que estes trabalhadores estão sujeitos.

No comunicado, o Partido lembra que já por várias vezes confrontou o Governo com a situação de trabalhadores com vínculos temporários e precários e o facto de «grandes empresas, como a PT o faz, subcontratarem trabalhadores através de Empresas de Trabalho Temporário, com o objectivo de facilmente os despedirem». Além dos baixos salários, estes trabalhadores vivem permanentemente com a «instabilidade de nunca saberem o que lhes acontecerá no dia seguinte».

Reafirmando que a um posto de trabalho permanente tem que corresponder um contrato efectivo, o PCP sublinha que a precariedade não só acentua a exploração como funciona como uma autência «antecâmara do desemprego». Para alterar esta situação é fundamental que os trabalhadores continuem a lutar pelos seus direitos.

Contra a resignação

Também a JCP saudou a «corajosa greve» realizada pelos trabalhadores dos centros de contacto, nomeadamente em Beja, Lisboa, Porto e Castelo Branco. Os jovens comunistas sustentam que a adesão verificada mostra que os trabalhadores «não se resignam e lutam contra os despedimentos, por melhores condições de trabalho e pelo trabalho digno com direitos».

Para a JCP, esta greve também mostrou que a «luta contra o desemprego e a precariedade se desenvolve e cresce a partir dos locais de trabalho e das empresas». A luta tem desde já continuidade nos locais de trabalho, mas também nas ruas, sustenta a JCP, lembrando a realização de uma «grande marcha, convocada pela CGTP-IN e pela Interjovem, por todo o País, sob o lema “Juventude em Marcha – Trabalho com Direitos! Contra a Precariedade e a Exploração!», de 23 a 27 de Março, que culminará com uma grande manifestação em Lisboa no dia 28 de Março, Dia da Juventude».

O SINTTAV/CGTP-IN, que convocou a paralisação, refere-se ao «maior despedimento “colectivo” de sempre na empresa», que nos últimos meses terá abrangido mais de 300 trabalhadores nos centros de contacto. O sindicato acusa a PT de se desresponsabilizar pelos mais de 16 mil trabalhadores que tem em regime de subcontratação.




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