À falta de argumentos para privatizar a TAP, esse crime maior em quantos vem cometendo contra os trabalhadores, o povo e o País, o Governo PSD/CDS, (e que em momentos anteriores quis cometer o PS, pois não esquecemos a tentativa de venda à Swissair que, não tivesse sido travada pela luta, arrastaria a TAP para a falência em que a putativa compradora acabou), tem usado a dicotomia privatização ou despedimento colectivo.

Assentam as alimárias governativas essa teoria na ideia de que, para recapitalizar a TAP, de acordo com as sacrossantas regras da UE, o Governo estava obrigado a uma reestruturação da empresa que implicava esse tal despedimento.

Sobre a TAP já bastamente se escreveu nas páginas do nosso Avante!, mas o argumento é tão rançoso,que me obriga a dizer duas palavras sobre ele.

Ao longo dos anos da contra-revolução e da reconstituição forçada do capitalismo monopolista, as privatizações têm sido às centenas.

Necessário será perguntar em quantas assistimos ao aumento do número de trabalhadores e em quantas assistimos, exactamente, ao descartar de milhares de homens e mulheres, ainda válidos, muitos dos quais passaram directamente da criação de riqueza nas empresas onde se encontravam para o desemprego, onerando quantas vezes a Segurança Social para poupança do grande capital.

A EDP destruiu mais de oito mil postos de trabalho. Em oito bancos foram despedidos mais de sete mil trabalhadores. Na Portucel foram 4800. Na Petrogal foram cerca de cinco mil. No conjunto das empresas privatizadas, apenas até 1998, já se tinha perdido mais de 80 mil postos de trabalho.

Nos CTT o Governo quis fazer o trabalho sujo antes de privatizar e despediu 611 trabalhadores, em 2011, o ano anterior à privatização.

Para não irmos mais longe, situemos apenas o caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, onde os seus quase 600 trabalhadores foram varridos para debaixo do tapete, como se lixo fossem, exactamente por este mesmo Governo, que não quis financiar os ENVC também porque a UE não deixava, despedindo-os para privatizar.

Com este Governo e com esta política, já sabemos. Roubam o País e o povo. Para se justificarem dizem uma coisa e o seu contrário.

Conversa da treta, bando de gatunos!