Com três letrinhas apenas...
A terceira tentativa de privatização da TAP, depois das tentativas de entrega à falida Swissair (2001) e a um dito empresário que dava pelo nome de Efremovicht (2012), está na ordem do dia. Desde logo pela repulsa que cria a milhões de portugueses a alienação de uma das mais importantes empresas do País – a companhia aérea de bandeira –, melhor conhecidas que são hoje as consequências de todos os processos de privatização e que em vez da diminuição da dívida e do défice das contas públicas, da diminuição de preços, da melhoria da competitividade e saúde dessas empresas, aquilo que trouxeram foi a sua desintegração (CIMPOR, PT, BES, etc.), a perda do controlo nacional sobre as mesmas e um agravamento dos níveis de dependência externa.
Consciente dessa repulsa, o PS bem tenta distanciar-se do Governo dizendo que defende «apenas» a privatização parcial e não total da empresa e socorrendo-se inclusivamente do pacto de agressão assinado com a troika para legitimar as suas posições. O PS tenta, mas não consegue. Mais parcela menos parcela, o PS está de acordo com a privatização. Mais para a esquerda, mais para a direita, o PS assume como legado e programa político as orientações expressas no mal chamado Memorando de Entendimento que acabou de invocar.
Entretanto a luta contra a privatização desta empresa estratégica para o País prossegue, sendo que, na linha da frente estão os trabalhadores e as suas organizações de classe. Conscientes de que esta luta é o principal obstáculo à concretização dos criminosos objectivos de privatização da companhia, os centros de decisão do grande capital têm desenvolvido uma fortíssima campanha contra esta luta, em particular a greve que está prevista para o final do ano. Irresponsável, imoral, ilegítima e outras coisas mais. De vários lados aparecem as vozes do costume para atacar os trabalhadores, os sindicatos e as suas formas de luta, usando uma argumentação que visa no fundo contestar o direito à greve que dizem respeitar... desde que não seja exercido.
Com uma clareza de posições e uma firmeza de princípios sobre esta matéria que não deixa dúvidas, tem estado o PCP, contra a privatização, ao lado dos interesses nacionais, do futuro da empresa e dos seus trabalhadores. É assim!