Terceira greve regional na Bélgica

Contestação alarga-se

Uma nova jornada de greves, pela terceira semana consecutiva, paralisou as regiões de Bruxelas, Brabante Valão e Brabant Flamengo, na Bélgica, em protesto contra o programa antipopular da coligação governamental de direita.

O centro da Bélgica paralisou contra a austeridade

A contestação ao novo governo, onde pontificam os nacionalistas flamengos, prosseguirá na próxima segunda-feira, dia 15, com greve geral em todo o país.

Em causa está todo um programa de medidas anti-sociais, que incluem o aumento da idade da reforma, alterações ao regime das pensões e a suspensão da actualização salarial anual.

Na segunda-feira, 8, a capital Bruxelas ficou praticamente isolada. Os acessos foram bloqueados por numerosos piquetes de greve, que montaram barricadas em pontos-chave.

Os comboios não circularam, o mesmo acontecendo com o metro, eléctricos ou autocarros.

O aeroporto internacional esteve praticamente parado, tendo sido cancelados cerca de 300 voos, ou seja, perto de metade dos previstos.

As escolas primárias e secundárias e universidades encerraram e os hospitais garantiram apenas os serviços de urgência.

A greve reflectiu-se também no comércio e serviços, com o fecho das grandes cadeias de distribuição e agências bancárias

Na indústria, as grandes unidades pararam a laboração, tal como aconteceu no porto de Bruxelas.

À paralisação adeririam ainda trabalhadores das cadeias públicas de televisão RTBF e VRT, obrigando à substituição das emissões habituais por outros programas.

Nas províncias de Brabante Valão e Brabante Flamengo, fronteiras a Bruxelas, o cenário era semelhante, com grande parte da actividade económica paralisada.

O movimento foi seguido por associações de estudantes, profissionais da cultura, imigrantes e mesmo pequenos comerciantes.

Em Bruxelas e Louvain, a plataforma cívica «Hart boven Hard», que agrupa mais de mil associações contra a austeridade, organizou piquetes de greve formados por ciclistas.

«Há 20 anos que não se via uma tal mobilização em Bruxelas», disse à AFP Nic Görtz, dirigente do sindicato cristão CSC.

Há alternativas

Provando que a maioria da população acredita em políticas alternativas à austeridade, uma sondagem conhecida no dia da greve revelou que 84 por cento dos inquiridos é favorável a um imposto sobre as grandes fortunas.

Tal é a proposta do Partido do Trabalho da Bélgica, que contrapõe a tributação efectiva do capital aos cortes preconizados pelo governo de direita.

Em cinco anos, a actual coligação governamental pretende reduzir 11 mil milhões de euros na despesa pública.




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