PS, o Congresso da continuidade
O XX Congresso do PS culminou a operação de marketing político e propaganda, iniciada com a «eleição do candidato a primeiro-ministro», concebida como barrela para branquear o PS da situação em que a política de direita, do PS, PSD e CDS, lançou o País, e fazer constar uma «viragem à esquerda», que os factos desmentem categoricamente.
Este foi o Congresso em que o cimento do poder iminente escondeu os «esqueletos no armário» e fez constar a unidade efémera.
Este foi o Congresso da continuidade da política de direita, no que é estruturante, e cujo silêncio confirma que é para piorar – zero de devolução de direitos roubados, de renegociação da dívida, de rotura com o Tratado Orçamental e com as privatizações –, sobra o diagnóstico e proclamações que se regista – menos IVA, mais abono de família – já que a promessa de «corrigir assimetrias do euro» é uma treta.
Este foi o Congresso em que A. Costa abusou do manobrismo contra o PCP, que acusou de ficar de fora «do arco da governação», em protesto, em vez de ir para um governo com o PS «resolver os problemas». Mas então, não foi a luta do PCP e de massas contra este Governo que levou à crise política, enquanto o PS deixou andar. Não foi o PCP que, vezes sem conta, propôs soluções para romper com esta política e para uma alternativa – por exemplo no controlo público da banca – e o PS foi contra. Assim não. Analisaremos o que vier, mas não haverá governo de esquerda – só possível com o PCP – com política de direita.
Este foi o Congresso em que o PS de «tão interessado» na alternativa de esquerda, traçou como objectivo a «maioria absoluta». Uma coisa exclui a outra, como prova a história do governo PS/Sócrates, que preparou e assinou o pacto de agressão.
Este foi o Congresso que visou diminuir e isolar o PCP para reforçar a política de direita. Se o PCP não aceitar a manobra, então «empurra o PS para a direita» (como se fosse preciso!) e então haverá um «Acordo estratégico» com «forças políticas e sociais», isto é, com a direita. Assim, por caminhos ínvios, se garante ao grande capital a alternância e a continuação da política de direita.
Desenganem-se, o PCP não se deixará encurralar. A luta continua por uma política e uma alternativa patrióticas e de esquerda.