35.º aniversário da JCP

Força redobrada para continuar

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) assinalou, no passado dia 10 de Novembro, trinta e cinco anos de vida. As comemorações deste aniversário tiveram múltiplas expressões por todo o País, merecendo destaque a iniciativa de âmbito nacional realizada no sábado, 15, no Porto.

«Resistimos e lutamos todos os dias»

O acto central das comemorações começou com um combativo desfile da Trindade até ao Mercado Ferreira Borges que coloriu as ruas da baixa daquela cidade com bandeiras vermelhas e palavras de ordem. Centenas de jovens, vindos de todo o País e em particular do Porto, encheram depois o Hard Club para comemorar o aniversário da JCP e ver os concertos de NTS, Capicua, Mundo Segundo e convidados, que do palco deram os parabéns à JCP proporcionando três grandes espectáculos.

Na iniciativa interveio André Martelo, da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, que começou por salientar a «força e dimensão» das comemorações, acrescentando que o «Governo que destrói a vida da juventude, e os banqueiros e senhores milionários que, todos juntos, dizem que não vale a pena lutar e não há alternativa», estão enganados e «hão-de ser derrotados!»

Caracterizando os «tempos difíceis impostos por políticas de direita» que aos estudantes parece dizer «que só pode estudar quem tem dinheiro», o dirigente da «juventude do PCP» denunciou que «o que eles querem é que o filho do pedreiro seja pedreiro, e o filho do doutor seja doutor. Mas não é isso que querem os estudantes!»

André Martelo criticou ainda a política de cortes dos sucessivos governos levando a que se multipliquem pelo país «escolas a cair de podre», sem «professores e funcionários» e com «turmas que chegam aos quarenta alunos», bem como «bares ou bibliotecas que acumulam filas ou têm horários reduzidos. Cortam na acção social escolar e aumentam os custos de frequência, sendo as propinas no Ensino Superior o maior exemplo de barreira ao acesso aos estudos», acrescentou.

O caminho da luta

Aos jovens trabalhadores que «querem trabalhar com direitos”», o Governo e o patronato dizem: «submete-te à precariedade e à exploração, trabalha muito e ganha pouco, horários são os que o patrão quer», salientou, antes de lembrar os «milhares e milhares de condenados ao desemprego e à emigração».

«É a lei da selva», continuou, e a juventude «hoje tem emprego e para a semana não sabe; hoje faz horário de dia e para a semana talvez seja de noite; hoje recebe mal e para o mês que vem ainda pior«.

Afirmando a política patriótica e de esquerda como a alternativa a este rumo de desastre, o membros da direcção da JCP sublinhou igualmente na sua intervenção que «para abrir caminho a esta mudança é fundamental o desenvolvimento da luta do povo português», saudando, por isso, as recentes lutas da juventude.

«Resistimos e lutamos todos os dias, nos momentos bons e maus, enfrentando as vitórias e as derrotas com a certeza da justeza do nosso ideal», garantiu também André Martelo, para logo em seguida realçar que o objectivo da JCP é a construção de uma sociedade mais justa, e recordar as palavras de Álvaro Cunhal: «o futuro da humanidade são o socialismo e o comunismo, e não o capitalismo.»

André Martelo terminou a intervenção em nome da JCP saudando os muitos amigos que não sendo militantes da organização revolucionária da juventude portuguesa ali estavam e «estão connosco no dia-a-dia, nas escolas, nos locais de trabalho e nas ruas», apelando depois a que «não vão na cantiga do são todos iguais, não vão no bicho papão dos comunistas», pois aqui, concluiu, «aqui encontram espaço para discutir abertamente as vossas opiniões e para colectivamente contribuírem para alcançar o que nos dizem ser impossível», num apelo claro a que muitos dos presentes se juntem à JCP.

Foi um dia repleto de convívio, alegria e confiança que culminou com uma festa no espaço Maus Hábitos, tendo militantes e amigos da JCP saído desta grande iniciativa com forças redobradas para continuar a luta.

 



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