A «agenda laboral» na CP
A administração da CP convocou as organizações de trabalhadores para hoje comparecerem numa «reunião plenária do Conselho de Concertação Social», incluindo na ordem de trabalhos a «agenda sócio-laboral». A Fectrans/CGTP-IN, na qual é filiado o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, declarou na segunda-feira que «vamos participar no sentido de defender que a agenda laboral, que a administração tanto utiliza para defesa da paz social, seja algo de concreto e não um objectivo que se renova, mas sem conteúdo».
«A “agenda laboral” passou a fazer parte do léxico da actual administração da CP, na sequência dos acordos de 22 de Março e 17 de Julho de 2013», lembrou o SNTSF, na semana passada. Num comunicado aos trabalhadores, o sindicato sublinhou que «para nós, a “agenda laboral” implica discutir a reposição dos direitos consignados no Acordo de Empresa e o seu cumprimento, assim como a melhoria das condições de vida e trabalho». Além disso, tal agenda «tem que ter conteúdo e não pode discriminar ninguém, em função das suas firmes e consequentes posições».
A inclusão dos abonos variáveis nos subsídios de Natal e de férias é uma das matérias que a administração, no dia 8, comunicou ao sindicato que seria tratada na reunião com as demais estruturas representativas, entretanto marcada para hoje. Sem dúvidas sobre a razão que assiste aos trabalhadores, até em função do que vai sucedendo nos tribunais, o sindicato insere esta batalha na «luta constante em defesa do AE, pela reposição dos salários, pelo cumprimento do Acordo de Empresa, pela reposição do direito ao transporte, pelo pagamento do trabalho extraordinário conforme determina o AE, entre outros temas». E garante que esta luta «vai continuar».
Unidade
A acção de 25 de Julho, que a CGTP-IN vai realizar para contrariar na rua a votação final na Assembleia da República da proposta de lei que impõe novos roubos aos trabalhadores, foi o tema principal do comunicado aos ferroviários.
Para o SNTSF, o objectivo do Governo é reduzir os salários, um dado importante no processo de privatização em marcha no sector. Ora, «o que impede que nos unamos em torno de algo que é comum», quando «este corte de salários é transversal e não exclui categorias profissionais, cores políticas ou sindicais», «é um roubo que vai ser feito a todos sem excepção» – interroga o sindicato.
Reafirmando que, «tal como foi proposto pela Fectrans, está disponível para discutir esta matéria com todas as organizações que se preocupam com o rendimento dos trabalhadores», o SNTSF realça que «acima de tudo, entendemos que a unidade na acção começa em cada local de trabalho, no momento em que um trabalhador constata, que ao seu lado, está um outro que, independentemente da sua filiação sindical, tem os mesmos problemas, é sujeito aos mesmos roubos e percebe que, juntos têm mais força, numa luta que diz respeito a todos».