Espírito Santo tem de explicar
A Comissão Sindical do SINTAF/CGTP-IN no Grupo Espírito Santo (GES) exige da administração «uma informação atempada e rigorosa aos trabalhadores sobre a real situação que se está a viver no grupo e as medidas que estão a ser preparadas». Em nota à imprensa, divulgada no dia 8 de Julho, a estrutura que representa trabalhadores de várias empresas do GES sustenta a exigência na evolução dos acontecimentos, bem como na «informação e contra-informação (…), usadas certamente como uma arma de arremesso num confronto pelo poder», as quais, salienta, têm criado entre os trabalhadores «uma enorme intranquilidade relativamente ao futuro da empresa e dos seus postos de trabalho».
Sublinhando que «os problemas no grupo não foram criados pelos seus trabalhadores e por isso não podem ser eles a pagar os custos da resolução dos mesmos», a CS considera, igualmente, que «também o Governador do Banco de Portugal (…) não pode continuar a invocar questões processuais para não dizer publicamente o que pensa sobre o assunto e quais as medidas que tem vindo a discutir com a Administração do Banco», e realça que «manifestações públicas de optimismo sobre a “solidez” do Banco» não chegam, exigindo-se o conhecimento, «em toda a sua extensão», das «possíveis implicações no BES» e de «algumas irregularidades já assumidas publicamente pela administração nas outras empresas do Grupo».
Neste contexto, a estrutura sindical apela a «uma atenta e determinada intervenção» dos trabalhadores na «salvaguarda dos postos de trabalho e dos direitos», tanto mais que «não se conhece na globalidade a constituição da estrutura accionista saída do processo de aumento de capital», persistindo a dúvida sobre o peso de fundos de investimento «estacionados em Inglaterra e nos EUA, cujas práticas nas empresas onde entram são sempre de exigência de planos de reestruturação que levam ao despedimento de milhares de trabalhadores e cortes de direitos».
Cortes suspensos no Millenium
Dias antes da tomada de posição sobre a situação no GES, o SINTAF emitiu um outro comunicado, dirigido aos trabalhadores do Millenium BCP, informando-os da suspensão dos cortes salariais na empresa, através da «apresentação de uma providência cautelar contra a portaria de extensão que vem determinar a aplicação do acordo de traição, celebrado entre o Banco e as organizações da UGT, a todos os trabalhadores».
O SINTAF lembra que «nunca negociou nem aceita os roubos salariais e o ataque aos direitos», e que «não assinou qualquer acordo e recusa a aplicação do mesmo aos seus sócios e restantes trabalhadores», por isso, garante, «continuará a luta contra mais este ataque e por melhores condições de vida e de trabalho no sector».