AOR de Bragança do PCP

Determinação e confiança

LUSA

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«Com os valores de Abril, reforçar o Partido, desenvolver a região» foi o lema da VI Assembleia da Organização Regional de Bragança do PCP, realizada na tarde de domingo, 22, em Macedo de Cavaleiros. O debate travado e as decisões assumidas deram corpo ao lema, com os comunistas do distrito de Bragança a traçarem as linhas fundamentais do reforço da sua organização e influência – ao nível do recrutamento, da estruturação, do funcionamento, da propaganda, da imprensa, dos fundos – e a aprovarem as propostas fundamentais para o desenvolvimento da região.

Na intervenção de encerramento, Jerónimo de Sousa valorizou as decisões tomadas e reconheceu as «muitas dificuldades que enfrentamos para levar a bom porto a nossa tarefa de contribuir para o melhoramento das condições de vida das populações». Mas, garantiu, «a luta pela superação das dificuldades é o sal da nossa militância e é ela que torna ainda mais nobre a tarefa de servir o nosso povo e a sua luta». Consciente das carências com que os comunistas lutam na região e da determinação com que enfrentam as dificuldades, o dirigente do PCP transmitiu aos militantes locais palavras de apreço pelo «trabalho realizado em condições muito difíceis».

Noutra parte do seu discurso, o Secretário-geral do Partido criticou severamente a política do Governo de esvaziamento das funções sociais do Estado e de destruição dos serviços públicos. O encerramento de centros de saúde e serviços de urgências, de escolas (ver caixa) ou de tribunais está, para Jerónimo de Sousa, a contribuir para agravar os «problemas das zonas do interior do País com o aumento da desertificação humana, de abandono e declínio social, de estagnação e declínio das actividades económicas». As regiões mais pobres do País ficam, desta forma, ainda mais pobres.

O Governo tem-se notabilizado também pelo brutal ataque que tem desferido contra os rendimentos das camadas populares, através dos cortes de salários, pensões e subsídios. Matando-se o mercado interno são também os pequenos e médios empresários e agricultores a sofrer as consequências, acrescentou o dirigente do PCP. Na verdade, garantiu Jerónimo de Sousa, «se há elemento que caracteriza este Governo é o seu apego pelos grandes e pelos poderosos e o ataque às condições de vida de todas as camadas populares».

Jerónimo de Sousa, em coerência aliás com as análises e decisões tomadas na assembleia, valorizou as potencialidades do distrito de Bragança – «terra de boa produção. De castanha, desde logo, mas também de batata, de cereais, de fruta, e de carne, seja ovinos, caprinos ou bovinos. E também de azeite, de reconhecida qualidade». Contudo, muitos produtores abandonam as suas explorações e emigram, em busca da sobrevivência que na sua terra lhe é negada. O dirigente do Partido reafirmou ainda a necessidade de uma «política agrícola que não veja apenas os grandes interesses do grande agronegócio», mas tenha em conta as especificidades da agricultura nacional e, particularmente, a agricultura de montanha, tendo como eixos fundamentais a «garantia de escoamento a preços justos e o apoio à pequena e média agricultura, que mantém o mundo rural vivo».

Defender as escolas

Na sessão pública do Peso da Régua e na assembleia de Macedo de Cavaleiros, o Secretário-geral do PCP repudiou a intenção do Governo de fechar mais de 300 escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Esta medida, acrescentou, aliada ao encerramento de serviços de saúde ou tribunais, igualmente em curso, conduz inevitavelmente à desertificação e despovoamento do interior, ao mesmo tempo que prejudica as crianças, que terão que se deslocar para outras localidades, por vezes situadas a longas distâncias das suas casas.

O dirigente do PCP acusou ainda o Governo de esconder quais as escolas que pretende encerrar, para «apanhar os pais e os professores distraídos». Contudo, garantiu, o Governo não conseguirá evitar que haja luta, como aliás sucedeu no sábado, em Viseu.

 



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