Luta pela IVG marca 8 de Março em Espanha

Pelo direito de decidir

O Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher foi as­si­na­lado com ma­ni­fes­ta­ções em vá­rias ci­dades de Es­panha em que par­ti­ci­param de­zenas de mi­lhares de ho­mens e mu­lheres.

 

De­zenas de mi­lhares nas ruas pelos di­reitos nas mu­lheres

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A luta pela re­ti­rada do pro­jecto de lei da In­ter­rupção Vo­lun­tária da Gra­videz, através da qual o go­verno con­ser­vador pre­tende li­mitar este di­reito aos casos em que há pe­rigo de vida para a mu­lher grá­vida, foi o prin­cipal mote das ma­ni­fes­ta­ções que ti­veram lugar no sá­bado, 8, nas prin­ci­pais ci­dades de Es­panha.

A forte par­ti­ci­pação nos des­files, que se­gundo a im­prensa es­pa­nhola foi muito mais ele­vada do que em anos an­te­ri­ores, re­flectiu a opo­sição ge­ne­ra­li­zada à cha­mada lei Gal­lardón, nome do mi­nistro da Jus­tiça que apre­sentou a lei proi­bi­ci­o­nista, mas também o des­con­ten­ta­mento ge­ne­ra­li­zado com a de­te­ri­o­ração das con­di­ções de vida no país.

Em Ma­drid, a marcha re­a­lizou-se à tarde entre a Praça Ci­beles e a Praça de Es­panha, per­cor­rendo a Gran Via num am­bi­ente co­lo­rido de car­tazes e ani­mado por cân­ticos e su­ges­tivas pa­la­vras de ordem, di­ri­gidas contra o go­verno ou contra a Con­fe­rência Epis­copal: «Não à Lei Ga­lardón, eu de­cido», «Sãos os meus ová­rios, não de pa­dres, nem de ma­chos».

De acordo com o re­lato do El País, a marcha ma­dri­lena contou com a pre­sença iné­dita da ma­ço­naria es­pa­nhola, que en­viou um grande grupo de ho­mens e mu­lheres iden­ti­fi­cados com os sím­bolos da ordem.

Sempre com o aborto em pano de fundo, a ma­ni­fes­tação em Bar­ce­lona ter­minou com a lei­tura de um ma­ni­festo sin­dical, exi­gindo a ne­go­ci­ação de planos de igual­dade sa­la­rial nas em­presas, o fim da dis­cri­mi­nação e as­sédio se­xual no tra­balho.

Im­por­tantes con­cen­tra­ções ti­veram também lugar em Va­lência, Sa­ra­goça, Se­vilha, San­tander, Palma de Mai­orca, Al­ca­cete, Lo­grono e Leão, nas quais foi pa­tente a pre­sença de vá­rios sin­di­catos (CCOO, a UGT ou o CoBas), assim como de par­tidos da es­querda par­la­mentar, mo­vi­mentos so­ciais e eco­lo­gistas: «O pla­neta não é vosso, os nosso corpos também não», afir­mava um dos car­tazes eco­lo­gistas no des­file de Ma­drid.

 



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