Campanha permanente
EUA e Coreia do Sul iniciaram, segunda-feira, 24, os maiores exercícios militares anuais conjuntos, isto apesar de a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) ter proposto como primeiro passo para «a resolução de todas as divergências» entre o Norte e o Sul a suspensão das manobras. Os «jogos de guerra» ocorrem simultaneamente à divulgação de um relatório de uma comissão da ONU onde se acusa a Coreia do Norte de «violação massiva dos direitos humanos» e se defende a abertura de um processo por crimes contra a humanidade e genocídio no Tribunal Penal Internacional.
Voto na AR
A propósito do referido documento, PSD, PS e CDS apresentaram, sexta-feira, 28, no Parlamento, um «voto de condenação pelos crimes contra a humanidade perpetrados pelo regime da Coreia do Norte». A deliberação foi acolhida por todas as bancadas excepto pelo PCP, que advertiu que o relatório «ainda não foi apresentado às Nações Unidas mas já teve a sua credibilidade posta em causa quanto à metodologia e conclusões», e notou tratar-se de um texto «elaborado a partir de quatro audições realizadas em Seul, Tóquio, Londres e Washington que se insere na campanha de permanente tensão e conflito com vista à desestabilização da Península Coreana e à justificação da presença militar norte-americana nesta região».
«A propósito de relatórios, tantas vezes propaganda de guerra, sempre é bom lembrar aqueles sobre a suposta existência de armas de destruição massiva no Iraque», salientou ainda o Partido, que na declaração de voto escrita sublinha, ainda, que «nenhum partido em Portugal pagou como o PCP tão elevado preço pela defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos». E frisou que «é esse projecto (…) que nos vincula e que nos distancia de opções e orientações da RPDC».