Venezuela combate golpe de Estado

Confirmar a paz

O papel da Venezuela na consolidação da paz e do desenvolvimento social na América Latina foi realçado na 25.ª sessão da Comissão dos Direitos Humanos da ONU, onde o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano denunciou a tentativa de golpe de Estado em curso.

85,4 por cento dos venezuelanos pronuncia-se contra os protestos violentos

Em Genebra, anteontem, Elías Jaua desmascarou a acção dos grupos fascistas financiados pelos EUA, os seus objectivos de promoção de um golpe de Estado e a campanha mentirosa sobre os acontecimentos no país, recebendo do seu homólogo russo, da Alta Comissária para os Direitos Humanos, e da Cruz Vermelha incentivos aos esforços bolivarianos no combate à violência.

O apoio internacional ao governo liderado por Nicolás Maduro acresce à sustentação interna de que goza. Uma sondagem divulgada no fim-de-semana pela ICS, mostra que a maioria do povo (80.9 por cento) está com o governo na implementação da Conferência pela Paz e pela Vida, iniciativa realizada, a meio da semana passada, em Caracas, e à qual assistiram representantes patronais, sindicais, sociais e religiosos. A oposição primou pela ausência.

A mesma pesquisa afirma que 91,3 por cento exige o respeito pela Constituição; 97 por cento apoia a instalação da Comissão de Verdade sobre a sabotagem económica, e 85,4 por cento pronuncia-se contra os protestos que provocaram já a morte a 18 pessoas.

Os números são elucidativos e o facto de as tradicionais festividades carnavalescas terem decorrido sem incidentes relevantes representa uma vitória sobre o golpismo. É evidente a impopularidade dos tumultos registados nos estados governados pela oposição, nos bairros da elite de Caracas ou junto às praias para onde os venezuelanos migram por esta altura do ano, pese a manipulação mediática, agora em torno do slogan «SOS Venezuela» e das cruzes pelas vítimas da violência.

A Defensora do Povo, Gabriela Ramírez, denuncia igual manipulação do tema dos direitos humanos e garante que não existem queixas de tortura, contrariamente ao que tem sido veiculado. A entidade está a investigar alegados abusos policiais, na sua maioria, esclareceu, apresentados por detidos em flagrante delito quando barricavam estradas ou atacavam as autoridades com pedras e cocktails molotov.

Na quinta-feira, 27, a propósito da discussão no Parlamento Europeu (PE) da situação na Venezuela, a deputada comunista Inês Zuber notou que «o mesmo exacto guião» já foi visto em 2002, e que «o problema da maioria do PE é com o rumo soberano e progressista que o povo decidiu empreender, confirmado em 19 actos eleitorais nos últimos 15 anos».

Força essa que resiste e, como sublinhou Nicolás Maduro, confirmará igualmente a paz.




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