Centenário de Álvaro Cunhal

A melhor homenagem é continuar a luta

Nos últimos dias, por todo o País, multiplicaram-se as iniciativas comemorativas do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal.

A JCP foi criada a 10 de Novembro de 1979

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O comício do Campo Pequeno (que tratamos noutro local desta edição, entre as páginas 13 e 20) bem pode ter sido uma iniciativa particularmente marcante destas comemorações, mas esteve longe de ser a única. Na véspera, à noite, a Juventude Comunista Portuguesa comemorou os cem anos de Álvaro Cunhal ao mesmo tempo que assinalou o seu próprio aniversário – a JCP foi criada a 10 de Novembro de 1979 – numa festa realizada em Lisboa, que contou com a presença de Jerónimo de Sousa, a actuação da Kumpania Algazarra e de Gazua e a apresentação de Rita Camarneiro. O lema da festa, inspirado numa citação de Álvaro Cunhal, era «Nas nossas mãos o destino das nossas vidas».

Dirigindo-se aos jovens comunistas, oriundos de todo o País, o Secretário-geral do Partido saudou a determinação e a combatividade da JCP, valorizando a sua capacidade para manter viva a luta em defesa dos direitos dos estudantes e dos jovens trabalhadores. Jerónimo de Sousa acrescentou que a juventude, mesmo nos tempos particularmente duros como aqueles que hoje se vivem, é portadora da alegria e da confiança capazes de transformar o mundo, de construir uma sociedade liberta da exploração do homem pelo homem – o socialismo. Por muito mal que as forças do grande capital e os seus governos façam à juventude, aos seus direitos e aspirações, salientou o Secretário-geral do PCP, «têm sempre que contar com a Juventude Comunista Portuguesa».

Jerónimo de Sousa lembrou ainda que Álvaro Cunhal – ele próprio membro da organização juvenil comunista do seu tempo, a Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas, da qual foi secretário-geral – tinha pela juventude um «carinho profundo e uma admiração muito grande».

«Música com Paredes de Vidro»

 Na quarta-feira, dia 6, teve lugar no auditório do Conservatório de Coimbra o espectáculo «Música com Paredes de Vidro». A abrir, o Secretário-geral do PCP destacou a contribuição de Álvaro Cunhal para a definição da estratégia e da táctica do Partido Comunista Português para a etapa da revolução antifascista portuguesa, bem como a influência que teve no desenvolvimento da luta contra a ditadura fascista, no fortalecimento e unidade das forças democráticas de oposição ao regime e, sobretudo, como guia para a intervenção e transformação revolucionária na nova realidade da Revolução de Abril.

Foi ainda salientada por Jerónimo de Sousa a forma como Álvaro Cunhal interligou a sua intervenção revolucionária no plano político com um apaixonado interesse por todas as esferas da vida, nomeadamente na actividade de criação artística – no plano da literatura, das artes plásticas e da reflexão teórica sobre a estética. «Num dia de Festa da cultura como o da iniciativa de hoje», referiu Jerónimo de Sousa, «evocar Álvaro Cunhal não é apenas recordar o criador de cultura que foi; é, acima de tudo, mostrar o homem de cultura que era e que está bem patente na forma como via a arte, o papel do artista e a própria cultura».

No espectáculo, em que estiveram presentes a música clássica, tradicional portuguesa, o fado e a canção de Coimbra, participaram Fausto Neves, Joana Resende, Carlos Canhoto e Manuel Rocha, os grupos Segue-me à Capela e Cordis (piano e guitarra portuguesa), bem como um grupo de fados e canções composto pelos músicos Bruno Costa, Nuno Botelho, Ni Ferreirinha e Nuno Silva. A cargo da Cooperativa Bonifrates ficou a leitura de um conjunto de textos, que atravessou os vários momentos musicais.




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